Pronto Socorro de Violetas
(Hilda Simões Lopes)
Um respeitável senhor de meia idade mantém duas famílias em casas separadas e com padrões distintos de vida; uma formal, outra informal. Visita a ambas, todos os dias, mas assume postura diversa em relação a elas; na titular predomina riqueza, prole numerosa, austeridade e medo, tudo sem diálogo; na outra, simplicidade, alegria, amor e muita conversa. Cândida Dorotéa indo à feira, surpreende-se com a beleza das flores, encontra Conceição e conversam sobre a forma de cuida-as; estabelece-se o contato entre as mulheres. Cândida Dorotéa visita Conceição; mas é contrastante a conduta delas no trato da casa, da família e das plantas, o que se reflete na família e no sucesso do cultivo de violetas. É notório o contraste das moradias; uma construída com sobras da outra e erigidas em locais discrepantes.História oculta: conta história de três conflitos principais; na realidade, um grande conflito.Manoel Ferdinando de Santiago Figueiredo e Cândida Dorotéa de Santiago Figueiredo são protagonistas em uma farsa que se desenrola em casarão senhorial na praça; mas onde nem Manoel Ferdinando se queda bem. Ele sempre janta na praça, mas a sobremesa saboreia no fim da rua. Manoel e Conceição, vivem na casa simples, uma grande paixão; o tempo todo repleta de emoções. Os quatro filhos se envolvem. Cândida Dorotéa deve fingir não saber. Cândida Dorotéa busca em Conceição Lima um pouco da alegria de viver que tanto lhe falta. Conceição colabora e não se opõe em ceder à Cândida Dorotéa um pouco daquilo que de si transborda. Assim, semanalmente vai à casa de Conceição levando flores tristes; quem sabe buscar a fórmula ou recuperar um pouco daquilo que julga por direito ser seu. Estabelece-se um pacto de ‘atenção’ entre elas e as plantas, permitindo manter um duradouro e conveniente equilíbrio. Retorna ao solar da praça, sempre com flores, iluminada!
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