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GALILEU E A QUEDA DOS CORPOS (PARTE 1)
(ROBERTO RIBEIRO DE CASTRO)

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GALILEU E A QUEDA DOS CORPOSNo que tange à queda dos corpos propriamente dita, os primeiros questionamentos a respeito dos “graves” (denominação dada aos corpos em queda, dai proveiu a palavra "gravidade") foram registrados no séc. XVI, e são anteriores a Galileu. Vinte anos antes do nascimento de Galileu, em 1544, o florentino Benedetto Varchi verificou que “na prática” corpos de pesos diferentes lançados de uma mesma altura chegam ao solo ao mesmo tempo.
O próprio antecessor de Galileu na cátedra de matemática na Universidade de Pisa havia anotado em brochura datada de 1576, questionamentos a esse respeito. Ele relatou que por diversas vezes realizara experimentações com dois objetos, um de uma libra e outro de vinte libras e tal experimento refutava Aristóteles, simplesmente porque caiam com a mesma velocidade.
Logo, certamente não foi a tão famosa (quanto lendária) experiência da Torre de Pisa que deu fama ao gênio italiano. Em nossa pesquisa não encontramos sequer uma fonte que afirmasse a veracidade da ocorrência. Vários historiadores argumentam baseados nos exemplos acima, que tal constatação seria de pouco interesse e que, portanto, não atrairia qualquer platéia erudita, menos ainda à de professores universitários e, quando muito, só a atenção de alunos curiosos.
O mérito de Galileu com relação à queda dos graves foi ter chegado, anos depois de lecionar em Pisa e já tendo se transferido para Pádua, à expressão matemática da lei da queda dos corpos obtida por meio de suas experiências com a queda dos corpos em um plano inclinado, cotejando espaço e tempo percorridos, portanto um estudo cinemático. Outro grande mérito seu foi perceber as relações que a queda dos corpos tinha com respeito ao princípio da inércia e da relatividade do movimento uniforme, dois conceitos originalmente a ele atribuídos.
Como Galileu tinha um dom retórico, inicialmente publicou em 1632 uma obra intitulada Diálogo Relativo aos Dois Sistemas Principais do Mundo, título este talvez inspirado na obra de seu pai, músico e comerciante, Vincenzio Galilei, Diálogo sobre a Música Moderna e Antiga. Tais diálogos eram carcteristicos do modo platônico de apresentar idéias, tornando-as acessíveis ao grande público. No Diálogo, participavam três personagens, os quais desempenham papéis distintos. Filippo Salviati, gentil homem florentino, amigo de Galileu e seu porta-voz, e refere-se a ele como o nosso Acadêmico, que defende o sistema heliocêntrico oucopernicano. Já Simplício, tem o nome identificado com um conhecido comentador grego perfeitamente identificado com a Física e o Tratado do céu de Aristóteles. Quanto ao terceiro era também um personagem real, Giovanni Francesco Sagredo, gentil homem veneziano inteligente e culto, em cujo palácio ocorreu o hipotético Diálogo, o qual exerce o papel de mediador entre os dois debatedores. Embora o assunto central fossem as teorias geocêntrica e heliocêntrica do Sistema Solar, em certa altura Galileu começa a expor sobre a importância do assim chamado princípio da relatividade, onde as velocidades deveriam ser sempre medidas e informadas em relação a um ponto de referência. Argumenta Galileu que tudo o que está num navio movimenta-se a mesma velocidade, ou seja, a velocidade deles em relação a do próprio navio é nula. Logo, era necessário um ponto de referência fora do navio, para se perceber que ele estava em movimento. Por outro lado, se o navio estivesse em movimento uniforme, em águas tranqüilas, um objeto jogado da gávea (pequena plataforma no alto do mastro dos veleiros) atingiria o seu convés sempre no mesmo ponto.Com isso, Galileu pretendia argumentar que essa poderia ser uma prova de que estando a Terra em rotação uniforme, tudo poderia seria despercebido, tal como se estivesse em repouso, embora tivesse ciência que em todo movimento de rotação aparecem forças centrífugas, que hoje sabemos serem muito pequenas em relação ao peso (força gravitacional), daí podermos nos movimentar no planeta sem percebê-las.
Voltando a queda dos corpos Galileu prossegue em sua argumentação dirigindo-se a Simplício e cita o principio aristotélico que se temos dois corpos cujas velocidades naturais (quedas) são distintas por terem massas distintas, se unidos, o de menor massa deveria atrasar a queda do objeto maior, porem o que ocorre é quando unidos sua velocidade natural é ainda maior. Aqui Galileu percebe que tais alterações são motivadas não pelo tamanho (massa) dos objetos, mas pela resistência do ar e conclui aligação do argumento com o principio da inércia, o qual postula que, quando a resistência do ar é eliminada, todos os corpos caem com a mesma velocidade. Uma afirmação apriorística já que, na época, não poderia ser realizada na Natureza, onde todos podiam constatar que objetos diferentes caem com velocidades distintas.
Ora, quando a resistência do ar é eliminada a segunda força que atua na queda dos corpos fica ausente, ou seja, temos a condição de vácuo, condição em que o repouso de um corpo será mantido indefinidamente até que uma força atue sobre ele resultando num movimento retilíneo uniforme. Considerando a força gravitacional existente na Terra, todos os corpos em queda estão sujeitos a uma aceleração devida à ação que a gravidade exerce sobre eles. (Ver Parte 2).



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