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Jovens são público-alvo do Dia Mundial de Luta contra a AIDS no Brasil
Brasília - Apesar de terem acesso à informação, pesquisas indicam
que os jovens entre 13 e 24 anos não usam o preservativo em todas as relações
sexuais. Por esse motivo, eles são o foco da campanha que o Ministério da Saúde
lançou esta semana para comemorar o Dia Mundial de Luta contra a AIDS,
celebrado hoje (1º). Este ano, o slogan da campanha é Sua Atitude Tem Muita
Força na Luta Contra a AIDS.
ONU pede menos complacência em Dia Mundial da AIDS
Segundo a assessora técnica do Programa Nacional de DST e AIDS do Ministério
da Saúde, Ângela Domine, os jovens são o grupo da população que mais usa
camisinha, mas os casais deixam de usar o preservativo quando a relação se
torna mais estável.
“As mulheres dizem que não usaram porque confiavam no parceiro. São pilares
difíceis de serem modificados num tempo histórico”, afirmou.
Há também, segundo a assessora, a questão do acesso ao preservativo. Segundo
ela, muitos jovens relatam que na hora do sexo estavam sem o preservativo. Ela
também critica a orientação sexual tardia das escolas, uma vez que muitos
adolescentes estariam iniciando a vida sexual ainda no ensino fundamental.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico AIDS/DST, divulgado semana
passada, a presença do vírus HIV nos jovens com idade entre 13 e 19 anos
aumentou, principalmente entre as meninas. Há dez anos, havia 273 meninos e 258
meninas infectadas nessa faixa etária. No ano passado, esse número chegou a 223
meninos e 368 meninas. Segundo o mesmo documento, quase 70 mil casos de AIDS já
foram registrados entre pessoas com menos de 24 anos de idade no Brasil, o que
representa cerca de 20% do total de casos do país.
O coordenador-geral da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (Abai),
Veriam Tento, afirma que o Brasil conseguiu reduzir pela metade a taxa de
mortalidade da doença nos últimos anos, mas lembra que, apesar de tratável, a AIDS
ainda é um grave problema de saúde pública.
“Os dados mostram que é preciso chamar a atenção das pessoas mais jovens,
porque nós conseguimos alguns resultados e isso pode dar a impressão para muita
gente de que o problema está mais ou menos controlado, o que pode ter como
conseqüência o relaxamento da prevenção, principalmente, entre os mais jovens”,
enfatiza.
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