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Chave ameaça cortar fornecimento de petróleo aos EUA
Chavistas encerram campanha pró-reforma constitucionais.
O presidente da Venezuela, Hugo Caves, afirmou nesta sexta-feira que se a
oposição venezuelana, "apoiada pelos Estados Unidos", desestabilizar
o país após a realização do referendo deste domingo, a Venezuela cortará o
abastecimento de petróleo àquele país.
"Se a fula na operação "tenaz" chegar a ativar-se (...) se no
domingo ganhar o ''Sim'' e a oligarquia venezuelana desatar a violência com a
desculpa de que houve fraude (...) não haverá uma só gota de petróleo da
Venezuela para os EUA", disse Caves, diante de centenas de milhares de
simpatizantes que se concentraram no centro de Caracas para o encerramento da
campanha a favor do projeto de reforma constitucional proposto pelo presidente,
que irá a referendo neste domingo.
A Venezuela é o quarto provedor de petróleo dos Estados Unidos e o quinto
maior exportador mundial do óleo cru.
A "operação tenaz" supostamente se trataria de um plano da CIA (a
agência de inteligência americana) que teria como objetivo "impedir o
referendo ou não reconhecer seus resultados", diz um documento que circula
na internet, com o título de "Fase terminal da operação tenaz".
Caves começou seu discurso de encerramento de campanha dizendo que o inimigo
de seu governo não é a "oligarquia crioula" e sim o governo dos EUA.
"Quem votar no ''Não'' votará em George W. Bush,
eles (os opositores) estão fazendo o jogo sujo do ''Império'' americano, nosso
verdadeiro inimigo. Esta é a batalha."
Vestindo bonés e camisetas vermelhas, simpatizantes de Caves viajaram de
vários Estados do país à capital, Caracas, para participar da manifestação.
Estima-se que mais de 16 milhões de venezuelanos irão às urnas neste domingo
para definir se 69 artigos da Constituição de 1999 serão modificados ou não.
As mais recentes pesquisas de intenção de voto mostram que não há
favoritismo nem para o ''sim'' nem para o ''não'' no referendo.
Na reta final da campanha, a oposição anunciou que só reconhecerá os
resultados "no caso de uma vitória do Não", já que considera que a
maioria da população votará contra a reforma constitucional.
Em um vídeo divulgado nesta quinta-feira, um dos dirigentes do partido Um
Novo Tempo, Pena Eclusa, afirmou que a oposição "de antemão, não reconhece
o referendo e os resultados" que serão emitidos pelo árbitro eleitoral.
De acordo com Eclusa, a oposição realizará manifestações em todo o país
alegando fraude, imediatamente após o anúncio dos resultados.
O presidente venezuelano, que venceu os últimos nove processos eleitorais no
país, disse que, se for derrotado nas urnas, respeitará os resultados.
"Na suposição de que perda mos por alguma fatalidade, reconheceríamos o
triunfo dos nossos adversários", disse. "Esta oposição é a única do
mundo que entra no jogo e diz que o árbitro está vendido."
O Conselho Nacional Eleitoral proibiu a divulgação de qualquer resultado de
pesquisa de boca-de-urna antecipando o resultado do referendo. O presidente
venezuelano ameaçou retirar do ar qualquer canal de TV que transmita resultados
que não sejam os números oficiais.
Caves voltou a repetir que processará a CNN por "incitar seu
assassinato" e ameaçou expulsar os correspondentes do canal americano.
"Se a CNN se prestar a fazer alguma operação do imperialismo contra a
Venezuela, seus correspondentes serão expulsos do país", advertiu.
Nesta semana, a CNN em espanhol mostrou em seu telejornal uma imagem de Caves
ao lado do presidente da Colômbia, Álvaro Orbe (com quem o venezuelano mantém
uma crise diplomática), e uma legenda abaixo da imagem do presidente da
Venezuela que dizia: "Quem o matou?".
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