Sobre o Método coparativo (2): a construção de séries históricas
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)
Neste segundo resumo da série destinada à análise e aplicação do método comparativo em Ciências Sociais, iremos tratar da questão referente a estye método e seus desdobramentos no campo de estudos da história.O eminente historiador Fernand Braudel, em sua obra sobre o Mar Mediterrâneo já dizia uma célebre frase: "Em história, é impossível um método que não seja o comparativo". Podemos considerar esta frase em grande parte verdadeira, na medida em que toda a Ciência Histórica irá se pautar em comparações, tomando com base o eixo do tempo e como referência um determinado objeto concreto (e portanto situado no espaço). Neste caso a atividade de comparar, é a grosso modo uma atividade de observação das variações e permanências ou, de modo mais simples: comparar é lançar os olhos sobre o passado e buscar entender isto que passou.Ainda que seja aparentemente simples, tal atividade na verdade pressupõe o conhecimento (nem sempre tão simples de ser obtido) a respeito das épocas e das mudanças e permanências apresentadas pelo objeto ao longo destas.Deste modo, a forma mais coerente (e também a mais simples) de utilizar o método comparativo em história é a que vai na direção da elaboração de séries históricas, elemento este que permite, ao justapor as principais características do objeto em correlação com sua época um olar de inteligibilidade instantânea lançado pelo leitor. Mesmo assim, há que se tomar o cuidado para não reduzir os evntos concernentes ao objeto a uma mera apresentação listada em linha temporal, o que empobree em muito a análise a ser efetuada, já que neste caso se estaria reificando o conhecimento e enquandrando-o aritificialmenteem um formato que não corresponde às especificidades do mesmo.Devemos ainda acrescentar que na elaboração das séris históricas, há que se justapor os elementos semelhantes passo a passo, mas deve-se tomar o cuidado para identificar igualmente as rupturas ocorridas, do contrário a visao histórica se converte em visão historicista e linear, artificialmente harmoniosa, muito útil pedagógicamente mas muito pouco aproximada da realidade.Espero que o resumo tenha sido de bom proveito a todos, e desejo que no terceiro resumo desta série, destinado às comparações entre elementos sociológicos aparentemente díspares mais dúvidas possam ser esclarecidas.
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