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Psicose Infantil
(Bergeret; J; Marcelli; D)

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Segundo Ajuriaguerra (1971), “A psicose infantil é um transtorno de personalidade dependente do transtorno da organização do eu e da relação da criança com o meio ambiente” O isolamento-autismo foi caracterizado por Kanner em 1943 e consiste na impossibilidade da criança conseguir estabelecer a relação e a comunicação com o ambiente que o rodeia. O isolamento pode surgir desde muito cedo e pode observar-se no decorrer do primeiro ano de vida, quando estas crianças são descritas como calmas, sem muitas manifestações e sem reacções para com a sua mãe. São bebés moles que não apresentam o sorriso característico do 3º mês nem a angustia ao estranho por volta do 8º mês. Quando chegam ao segundo ou terceiro ano, o autismo torna-se evidente, não havendo nenhum tipo de contacto e reconhecimento em relação à mãe. Tornam-se crianças com o olhar vazio e ausente, sem contacto físico normal. Os objectos e as pessoas são concebidos de maneira parcial e sem simbolismo, brincam de forma estereotipada e repetitiva com objectos pouco usuais para as crianças, podem ser objectos duros e barulhentos ou simplesmente parte desses objectos. Não se relacionam com as outras crianças e são indiferentes aos jogos. Podem mesmo ser agressivas em alguns momentos, podendo mesmo auto-agredir-se. São crianças que apresentam uma hipotonia generalizada, acentuando a ausência de contacto e relação corporal com a mãe. Podem apresentar gestos, brincadeiras e comportamentos desadequados e repetitivos, sendo que as estereotipias são frequentes. Os movimentos são ritmados, recorrentes e parecem envolver a criança num espaço só dela. No que respeita à linguagem, a criança psicótica é descrita como silenciosa ou simplesmente emitindo sons estereotipados, como o grito agudo ou o ranger dos dentes. A aquisição da linguagem pode estar ausente no autismo de Kanner ou ser geralmente tardia, situando-se nos 4 ou 5 anos de idade. Nestes casos, o cantarolar, a ecolalia, as estereotipias verbais e o verbalismo solitário são frequentes. Mesmo depois de adquirida, a linguagem pode regredir, chegando mesmo ao mutismo secundário (psicose de segunda infância). A linguagem não tem, para a criança psicótica, o valor da comunicação com o outro, isso é observável, também, nos casos mais raros, em que as crianças psicóticas apresentam um extenso vocabulário, aprendendo páginas inteiras de dicionários ou inventando novas linguagens, mas nunca utilizando esta linguagem para a comunicação com os outros. Os distúrbios afectivos são também observáveis, nas crianças psicóticas não autistas. Estas crianças podem apresentar diferenças de humor, em períodos curtos de tempo, como passar do choro para um riso exuberante. Sofrem também de recorrentes crises de angústia aguda, quando expostos a conflitos como a mudança de lugares, ou podem ser totalmente espontâneas sem razão aparente. Esta angústia aparece, ou pela forma de riso discordante, ou por crises de cólera e auto – agressão. As condutas estereotipadas e os rituais invasivos, de limpeza, ordenação ou verificação podem ser também observados na verificação e podem ser também observados na psicose, sendo mais frequentes nas psicoses de segunda infância. O delírio, não é muito comum, podendo aparecer excepcionalmente antes dos 10/11 anos, com a produção imaginativa que distorce o reconhecimento de si, do outro, e do mundo real. Ao acontecerem, os delírios centra-se sobre o corpo aparecendo preocupações hipocondríacas ou ideias persecutórias. As alucinações não são de fácil reconhecimento nas crianças mas podem eventualmente acontecer alucinações auditivas e visuais. Alguns distúrbios psicossomáticos podem também aparecer nestas crianças. O distúrbio do sono pode traduzir-se pela insónia calma ou agitada que ocorrem desde o primeiro semestre de vida e, podem alargar-se por meses ou anos. Este distúrbio é muito frequente na psicose infantil. Os distúrbios alimentares são, também, muito frequentes. Apresenta-se de forma muito precoce, desde a ausência de sucção ao mamar, até aos vómitos repetitivos. A enurese e encoprese podem ser do tipo primário ou secundário, bem como podem ser permanentes no tempo ou dependerem de fases de ansiedade ou separação. A existência de antecedentes patológicos marca, nitidamente, as crianças com psicose infantil, sendo frequente a desidratação aguda, a gravidez difícil, a prematuridade e a patologia neonatal, entre outras.



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