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A volta do Parafuso
(Henry James)

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A volta do parafuso. O manuscrito, de autoria da protagonista da história que na época das nossas reuniões já era falecida, foi descrito por Douglas como de um estilo invulgar e encantador e foi-lhe enviado por um seu fiel serviçal que o resgatou do cofre onde ficara encerrado por mais de vinte anos e de onde agora surgia para ser-nos apresentado. Foi preciso uma introdução na qual Douglas nos falou sobre a corajosa narradora dos fatos assustadores que iríamos conhecer. Descrevendo-a como uma jovem e bela mulher, de origem humilde porem educação e cultura irrepreensíveis, a mais nova dentre as inúmeras filhas de um pobre pároco rural. Essa jovem empregou-se como governanta na longínqua Bly, condado de Essex. Deveria orientar duas crianças, irmão e irmã, exercendo autoridade absoluta sobre seus pupilos e sobre a criadagem da rica propriedade. Havia, além disso, uma extravagante condição, deveria executar as tarefas que lhe eram confiadas, sem nunca, sob nenhum pretexto ou acontecimento relatar o que quer que fosse ao seu empregador, tio das crianças, jamais uma carta e sob hipótese alguma um chamado. Com justificada apreensão foi que a jovem viajou para Essex, para assumir seu posto. Ao chegar, de imediato sentiu-se renovada em forças e esperanças, pois foi muito bem recebida pela velha serviçal da família, Mrs. Grose, que encarregara-se até aquela data da educação da pequena Flora e também do pequeno Miles nos meses que este passava em Bly durante as férias escolares. Ficou imediatamente fascinada pela menina, por sua beleza, doçura e encantos infantis, e mais tarde essa impressão foi renovada pelo irmão que chegou para a temporada em casa, e no qual surpreendeu uma inteligência tão, viva penetrante e sedutora que de imediato rendeu-se também a ele, completamente fascinada. Enlevada pelo incrível encanto dos dois pupilos foi vivendo dias, semanas e meses e nem mesmo a chegada de uma carta do diretor do colégio, anunciando a decisão de expulsar o menino, conseguiu dissipar o feitiço que seu encanto exercia sobre ela. Era impossível conhecê-lo e ter a menor dúvida sobre ser ele um anjo na terra. Resoluta na sua condição de preceptora e guardiã das crianças, amparada pela atitude da excelente Mrs. Grose, que compartilhava da total adoração aos irmãos, agarrou-se à resolução de fazer qualquer coisa por eles decidida a não acreditar em nada que pudesse macular a imagem colocada sobre um altar de perfeição. Numa ocasião em que passeava solitária pelos jardins viu uma aparição, e não só a viu como foi vista. Com toda a clareza e certeza. Era um homem, um desconhecido para ela, e evidentemente um invasor. Ao descrevê-lo para Mrs. Grose soube tratar-se de um antigo empregado, Peter Quint, mas estarrecedora foi a revelação de que tal criatura não poderia, não deveria estar em Bly, porque Peter Quint estava morto. Aterradas, com seus dias antes tão cheios de puro encanto destruídos, as duas mulheres uniram-se mais do que nunca num pacto para proteger as crianças. Tratava-se, sobretudo, de vigiá-las, e impedi-las de ver a indescritível abominação. Então, sobreveio o golpe mais duro, numa tarde em que a jovem governanta passeava pelos jardins com sua pupila, antes do jantar, apresentou-se outro fantasma, uma mulher, tão medonha em sua figura ereta, cruel, toda de negro, com uma beleza extravagante e tão cheia de maldade que o pavor enregelou a alma da preceptora e encheu-a de um choque ainda mais terrível quando foi forçada a testemunhar, sem possibilidade de erro que a pequena Flora compartilhava da sua visão e dissimulava, fingia não ver o que via. Com indescritível angústia relatou a Mrs. Grose às circunstâncias em que testemunhou a nova aparição e os motivos que lhe davam a certeza da cumplicidade da pequena Flora com o fantasma. Desta vez a descrição revelou à pessoa da antiga governanta, Miss Jessel, também já morta e desse momento em diante os dias em Bly cederam seu antigo encanto para o desassossego e para uma luta devastadora e cruel. Como interpretar essa misteriosa ligação entre as crianças e as aparições demoníacas, impregnadas de maldade e crueldade. Uma vez vislumbrada a terrível verdade foi impossível voltar à antiga e cômoda ignorância, o irresistível encanto das crianças revelou-se como um expediente malicioso para dissimular, enganar, iludir e conseguir vantagens, e a sintonia tão perfeita entre as personalidades infantis que antes enchiam de admiração, apareceu na sua verdadeira essência de cumplicidade e artimanhas mesquinhas para manipular. Começa então, um jogo perigoso. O suplicio do medo e a busca alucinada pela verdade. A pressão aumentado gradativamente, inexoravelmente, como no lento ajuste que vai-se dando através das voltas num parafuso. As mulheres divididas entre seu amor às crianças e a constatação arrasadora do quanto seria fácil, e mais sensato, odiá-las. O desespero silencioso e a decisão de descobrirem a extensão do poder do mal, precipita os acontecimentos. Confrontada em suas atitudes dissimuladas, a pequena Flora revela-se completamente dominada pela cruel Miss Jessel e é afastada de Bly sob a tutela de Mrs. Gloser. Partem deixando a jovem governanta, a sós com seu pupilo, o pequeno Miles. Ela decide arriscar tudo. Enfrenta o fantasma de Peter Quint lutando pela posse da alma do menino. Por um breve momento acredita-se vencedora, grita para o fantasma que nunca mais ele terá domínio sobre o pequeno, mas na verdade consegue apenas apertar nos braços o corpo sem vida do garoto.



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