BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


A MATAÇÃO DO MARRANO
(O JUDEU)

Publicidade
A MATAÇÃO DO MARRANO Fazer a matação era uma actividade anual em muitas casas no interior, deste Portugal profundo, e também um dos motivos para uma festa de família. Este trabalho era geralmente feito na rua dando por vezes, segundo relatos da época, origem a algumas desavenças. Como os cães abundavam e outro tanto não acontecia à ração que lhes davam , bastava um pequeno descuido para se alambasarem com qualquer bocado do porco levando o dono do dito a retribuir-lhes com uma carga de pau. Um dia, porém, um cão foi morto e o sujeito não se livrou de responder em tribunal. Entre os meses de Novembro e Fevereiro, quando o tempo estava mais frio, era escolhido qualquer um dos dias entre o quarto minguante e a lua nova, chamado “entreluas”,para fazer este trabalho ; altura indicada , segundo diziam ,para que a carne se conservasse. Também nesta fase já tinham os porcos sido castrados, ou não fosse o capador percorrendo as ruas todos os meses, anunciando-se com o toque da corneta. Com o pretexto de darem ajuda juntavam-se então os parentes e amigos comendo e bebendo do bom e do melhor e levando ainda para casa a respectiva assadura, da qual fazia parte uma morcela, um pedaço de ceventre e um bocado de fígado. Aos familiares e amigos que não estavam presentes, a assadura era mandada no dia seguinte, quando desmanchavam o porco, sendo um pouco mais avultada, pois levava ainda um bocado de lombo ou fevra e toucinho. Isto não causava, como à primeira vista pode parecer, qualquer prejuízo; pois como vulgarmente diziam ,”era um pão emprestado”.Como todos matavam o porco, se uns já o tinham feito e dado a assadura, outros breve o fariam, retribuindo-a da mesma forma ou até melhor. Nesses dia era prato obrigatório para todas as pessoas, incluindo o pessoal da matação ,as batatas com ceventre assim como o caldo de couve branca, já adubado com um pedaço de carne gorda; sendo as molejas destinadas ,geralmente, para o dono da casa. Era tradição fazer-se a “fritada”:coração ,fígado, rim, lombo ,lombinho, entretinho partidos aos pedaços, temperados de seguida com sal, alho, louro, pimentada ou colorau fritando-se de seguida em azeite ,fazendo-se o respectivo molho com vinho branco.”pitéu dos deuses”,este almoço servido aos presentes com o bom vinho da casa. Após pendurarem o porco no chambaril e lhe tirarem as miudezas e os intestinos, as mulheres iam para a ribeira lavar o debulho – assim se chamava às tripas – esfregando-se no final com laranjas e vinho. Estas tripas destinavam-se às morcelas de sangue que eram cheias e provadas, ou até bem comidas, nessa tarde e noite.



Resumos Relacionados


- Quem Me Dera Ser Onda

- Charcuterie Preparar A Casa (charcuterie A Préparer La La Maison)

- Cozido à Portuguesa

- A Revolução Dos Bichos

- Os Três Desejos



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia