BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Casa-Grande & Senzala
(Gilberto Freyre)

Publicidade
CASA-GRANDE & SENZALA

COMENTÁRIOS

A monumental obra de Gilberto Freyre – publicada em 1ª. Edição no século passado, mais precisamente em 1933 – foi analisada presentemente em sua 49ª. Edição, da Global Editora, 2004, com apresentação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, muito lúcido e explicativo em seus comentários sobre a “formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal”, com uma análise sócio-antropológica de renomado professor que açambarcou todos os aspectos do livro.
O volume é ainda pródigo em notas bibliográficas e anotações explicativas por parte do autor, além de poemas introdutórios do escritor e seus contemporâneos não menos famosos: Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Mello Neto, que a tornam tão especial após sete décadas de sua original publicação.
Em suas mais de 700 páginas, Gilberto Freyre realizou um trabalho de minuciosa dissecação da sociedade brasileira, desde os primórdios do século XVI, quando aqui aportaram os primeiros portugueses, subdividindo seu hercúleo trabalho em cinco capítulos: Características gerais da colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida; O indígena na formação da família brasileira; O colonizador português: antecedentes e predisposições; O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro e O escravo negro...(continuação). Podemos até discordar da divisão imposta, mas certamente quem chegou até as páginas finais, certamente há de concordar que estamos diante de uma autêntica obra-prima.
A obra é marcante, como já disseram muitos críticos, e seu autor nem sempre foi incensado pelos comentaristas intelectuais ao longo dos 70 anos de sua publicação, recebendo muitos elogios, no Brasil e no Exterior, mas também palavras ácidas e impublicáveis, pois alguns não hesitaram em classificar “Casa-grande & Senzala” como pornográfica, imoral, atentatória aos bons costumes, etc. Destaque-se, contudo, que os anos 30 do século XX, certamente não permitiam certas liberalidades a que hoje estamos acostumados e que o
Não se pode negar que o autor realizou um trabalho verdadeiramente objetivo, imparcial tanto quanto possível, lastreada em farta documentação pública e privada, do País e de fontes do Exterior, além do concurso de renomados mestres das Ciências Humanas e Exatas, onde foi buscar a confirmação de suas hipóteses e afirmações ao longo do texto. A obra demonstra que Gilberto Freyre foi um pesquisador incansável.
Os detalhes e as minúcias que encontramos ao longo da obra bem revelam o espírito crítico e a pesquisa incessante do autor, procurando basear suas afirmações em dezenas de fontes documentais, obtidas nas paróquias do interior nordestino, mineiro, paulista, etc. , além de arquivos públicos oficiais de vários Estados, bem como na Pátria Portuguesa e Universidades norte-americanas de renome.
Alguns dizem que ele idealizou certos tipos descritos no livro, notadamente o escravo negro, mas o que ele buscou, na verdade, foi defendê-lo das culpas atribuídas ao longo dos séculos, como raça inferior, plena de vícios, dissipações, sangue ruim, etc., demonstrando com forte argumentação a condição de vítima, e não algoz involuntário do branco patriarcal.
A própria descrição do português que aqui chegou em 1500 e os demais que aportaram ao longo dos séculos seguintes, somados aos descendentes iniciais, dá bem uma dimensão da notável capacidade sócio-antropológica de Freyre, que foi beber em fontes do Condado Portucalense do século XII, para melhor embasar suas afirmações.
A força descritiva do volume é intensa ao longo de suas páginas, fazendo-nos crer, em certos momentos, de que estamos na leitura de uma novela ou de um romance dos melhores já escritos, pois é muito grande a capacidade criadora do autor, para nos prender do início ao final do volume.
O latifúndio, a escravidão, o senhor de engenho, o bacharel funcionário público, o dia-a-dia da casa-grande e da senzala, tudo isso é fartamente descrito e explicado no livro, até com requintes de emoções particulares de seus protagonistas, histórias famosas e fatos pitorescos, como se Gilberto Freyre estivesse munido de potente microscópio para examinar quase quinhentos anos da vida privada brasileira.
Hoje até podemos encarar com naturalidade o vulto do seu trabalho, mas na década de 30, quando publicada a 1ª. Edição, foi certamente um marco da sociologia brasileira e um ribombar de reações conflitantes, pois o autor teve o desplante de até analisar a vida sexual dos nossos patrícios ao longo dos séculos, uma ousadia ímpar naquela oportunidade e que atualmente não nos surpreende mais.



Resumos Relacionados


- Casa-grande & Senzala

- Casa Grande E Senzala

- Similaridades Entre Regionalismo E Antropofagia

- Raízes Do Brasil

- Apontamentos: Sergio Buarque De Holanda Texto E Contexto



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia