Resumo de A verdadeira história do Barão de Catas Altas

A verdadeira história do Barão de Catas Altas

João Baptista Ferreira de Souza Coutinho, era o nome de uma das figuras mais extravagantes da história do ouro em Minas Gerais.
De origem humilde, era sacristão da igreja de Catas Altas, na época uma pequena aldeia cujo nome veio a se tornar alcunha de seu baronato.
Casado com a filha de um capitão-mor, ao ficar viúvo, casou-se com a cunhada, coisa muito comum naquele tempo.Tornou-se cunhado do sogro quando este se casou com uma de suas irmãs.O confuso parentesco só veio beneficiá-lo.O sogro,ao morrer, era proprietário das minas do Gongo Soco. João Batista tanto fez com o testamento que acabou se tornando único dono das ditas minas que, na verdade, pouco valiam.
Mas era um homem de sorte; em pouco tempo as minas produziam tanto ouro que se tornaram célebres em todo o mundo.O antigo sacristão era agora um dos homens mais ricos de Minas Gerais e até do Brasil.
Suas extravagâncias começaram quando mandou construir riquíssimas residências pelo interior de Minas.Em Caeté, Ouro Preto, Sabará, Santa Luzia, Brumado e Gongo Soco havia sempre, dia e noite, mesa posta para quem quisesse.
Ostentava sua grande riqueza com festas e mais festas.Para o serviço dos banquetes, usava uma baixela toda em ouro da melhor qualidade e cristais de ótima procedência; costumava espatifar suas lindas taças contra a parede e exigia que os convidados fizessem o mesmo.
Num de seus jantares mandou servir almôndegas de ouro maciço que os convidados levaram para casa como um presente seu. Depois desse dia, por várias vezes, surpreendeu seus convivas com nozes, avelãs e castanhas de ouro. Um séqüito de papa-jantares seguia-o por onde passava esperando um novo gesto de prodigalidade.Sua vaidade crescia como sua fama e riqueza.E seu delírio também.Mandava fazer ferraduras de ouro para os cavalos e, mal pregadas, elas ficavam pelo caminho para quem tivesse a sorte de achá-las.
Mas o desejo de João Batista era ter um brasão, e gastaria tudo que precisasse para conseguí-lo.
Quando D.Pedro I veio a Minas pela última vez, Souza Coutinho quis recebe-lo com sua melhor festa.Ao se apresentar ao monarca, declinou seu pomposo nome:- “João Batista Ferreira de Souza Coutinho”. Era baixinho, de estatura menor que a média, e suas pernas, muito curtas para o resto do corpo, lhe davam o aspecto mesmo de um anão.
O Imperador gracejou:- “É mais comprido o nome do que a pessoa".
O ex-sacristão não gostou da brincadeira real, mas D.Pedro percebendo o mal estar e disse sorrindo:- “Não se zangue. Como o senhor é baixinho vou oferecer-lhe um título que o fará grandioso”. E nomeou-o Barão de Catas Altas.
Foi o dia mais feliz da vida do barão.O banquete servido ao Imperador foi monumental.Este mostrara grande admiração pela linda baixela de ouro e ganhou-a de presente do barão.Durante o banquete foram oferecidas bananas e o Imperador manifestou sua preferência pela banana ouro.Conta-se que pouco tempo depois o barão fez chegar ate o palácio real um lindo cacho de bananas ouro, de ouro verdadeiro.
Mas, como tudo na vida, a sorte do barão começou a mudar.Cismado de que o seu ouro estava se acabando, vendeu as minas para uma companhia inglesa e torrou quase todo o dinheiro; mas ainda lhe sobrara recurso para comprar outra mina, em Macaúbas.Esta lhe rende boas lavras e ele se torna rico de novo. A gastança continua, agora com dívidas não saldadas.Em poucos anos teve que vender tudo.Sua estrela se apaga e começa a ruína.Sem dinheiro para cumprir seus compromissos, o Barão de Catas Altas adoece e morre em 1839, nada deixando para a família senão a pobreza.

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