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CRONICA INTIMA - PARTE 2 (Continuacao)
(José Paulo de Andrade Filho)

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Voltei-me, lá estavas! Mais uma vez, minhas lacunas inertes se desfaziam e minhas lembranças retornavam, recriando mais do que a imaginação pode superar, as delícias vividas reciprocamente por duas almas em corpo que se uniam na busca pelo auge de suas emoções. Oh Fortuna, não desdenhes do meu sucesso fortuito. ''Inda agora me deparo na dúvida que me banha os anseios; percebo-me indiscreto na busca de respostas que não atinam em seus nexos desconexos; mas, se para minha própria sanidade é preciso relembrar, deixa-me a bel prazer reviver, o que só os cientes de vida são capazes de recriar! Meus olhos se abriam, meu pensamento retornava daquelas plagas longínquas do mar, meus sentimentos se revolviam no peito... uma dor.. uma dor se aproximava sorrateira; seus deslizes me tomavam o equilíbrio; seus imprompérios tentavam-me à insanidade; suas dobras de indecências fugiam a minha compreensão; seus dissabores perturbavam meus passos e, ao longe, seu rosto... paz! Sentia que te aproximavas. Por enquanto, apenas uma forma, transparente, suave, a deslizar imperturbável vindo ao longe. Mais próximo, seus olhos reluziam esfuziantes, como se das maravilhas do infinito tivesses recolhido o esplendor da purificação; sua boca, aberta em meio sorriso, deixava-me entrever a imensidade de emoções que quietas apontavam para um recolhimento interno inescrutável. Quanto mais te chegavas mais imponente eras, mais radioso te sentias, mais impressionante era o teu exterior. Debruçado sobre o parapeito daquela janela te vi passar, seu corpo transparente era uma cidadela de átomos luminosos, roupas não se viam, nem tua nudez estava à mostra, era como se tua veste fosse tu mesmo, sem artifícios divisíveis. Parou do meu lado. Teus olhos volteavam o cômodo em que estávamos, o teu sorriso, a mim dirigido, declarava que não estivera sozinho, teu pensamento invadiu o meu e confidenciou minha presença em todos os momentos do sono pós-deleite. E que, na plenitude daqueles recantos, nosso amor alcançou os píncaros de sua robustez, de sua idônea e satisfeita compleição. Seu "corpo" se moveu, encostou-se ao meu... as minhas lembranças já não eram mais fruto da imaginação que se aventurava aos quadros de suprema aniquilação de dor, eram memórias vívidas, filmes inteiros se desenrolando em pleno vigor de minha íntima satisfação. Teus braços me cercaram, e, em estalos de elétrica animação, meu corpo correspondeu ao teu toque como se animado de uma vida além da minha própria; teu abraço aumentou o furor de meus sentimentos, teu corpo etéreo junto a matéria densa do meu corpo de carne fez eclodir as mais profundas emoções em delicado delírio, e a dor, aquela dor que ameaçava o chão dos meus anseios e o firmamento repleto de estrelas dos meus desejos, desapareceu... e as lacunas de dúvidas e incertezas que pairavam absortas sem rumo em mim, foram preenchidas pela certeza do amor que me depositastes com um beijo, enquanto, esvoaçante, seu corpo etéreo se desfazia e preenchia o espaço deixado em teu corpo deitado na cama. Ao desprender-se de meus lábios a última fagulha do teu beijo, teus olhos se abriram e encontraram os meus. Inclinou-se sobre a cama para me mirar melhor em teu sorriso límpido e minha face extasiada, e num beijo soprado com sincera emoção, entregastes no teu bom dia, o EU TE AMO, em declaração... Continua...



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