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DESPERTAR TARDIO - PARTE I
(Publicação na Revista RADIS Abril de 2007)

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As questões alimentares são uma das grandes preocupações atuais da saúde pública brasileira. Ao mesmo tempo em que os crescentes casos de obesidade passam a chamar mais atenção que a desnutrição no país, as recentes mortes relacionadas a transtornos alimentares alertam para os riscos de um novo padrão estético, que interfere na maneira como o indivíduo se relaciona com sua alimentação e seu próprio corpo. É a “ditadura da aparência”, face visível do processo de transição nutricional que, segundo dados do Ministério da Saúde, não só reduz a qualidade de vida da população, como onera os gastos públicos com Previdência, seguros de saúde e atividade produtiva no Brasil. Um outro reflexo desta mesma realidade pode ser constatado quando se leva em consideração o alto consumo de remédios para emagrecer no país.A taxa de consumo per capita de anorexígenos no Brasil é 39,2% superior à dos EUA — 12,5 por 1.000 habitantes entre os brasileiros, contra 4,9 dos americanos, segundo o Relatório Anual 2006, divulgado em 1º de março, da Comissão Internacional para Controle de Narcóticos, braço independente do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. O documento cita o caso da modelo Ana Carolina Reston, que em 15 de novembro de 2006 morreu em São Paulo de insuficiência renal e infecção generalizada. Os anorexígenos, que devem ser prescritos e monitorados por médicos, também empregados no tratamento da obesidade mórbida ou do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), “acabam usados indiscriminadamente para alimentar a obsessão pelo emagrecimento que afeta algumas sociedades”, diz o documento.Anorexígenos são anfetaminas que inibem apetite ou sensação de fome, e 14 delas estão no chamado Schedule IV da Convenção Internacional de Psicotrópicos, de 1971, como substâncias que exigem receita. A justificativa é que somente um médico é capaz de calcular a relação ideal entre risco e benefício destes medicamentos na saúde do paciente. Como estimulam o sistema nervoso central, seu uso indiscriminado pode provocar crises de pânico, comportamento agressivo e violento, alucinações, depressão respiratória, convulsões, coma e morte, atesta o documento. Cinco países e um território têm as mais altas taxas de uso de estimulantes listados no Schedule IV. Pela ordem, Brasil, Argentina, Coréia do Sul, Estados Unidos, Cingapura e Hong Kong, Região Administrativa Especial da República Popular da China. A comissão enfatiza que medidas rigorosas de controle, quando aplicadas pelas autoridades de vigilância sanitária, reduzem o consumo. Foi o que ocorreu, por exemplo, no Chile, na Dinamarca e na França. Além disso, convoca o documento, o profissional de saúde tem papel importante neste esforço, calculando o equilíbrio entre benefício e risco no uso de tais substâncias de acordo com a prática médica sadia. TRANSIÇÃO NUTRICIONALToda a repercussão em torno dos transtornos alimentares, no entanto, serviu para que se percebesse, no país, a coexistência da obesidade com a desnutrição. Dados da coordenação da Pnan informam que, ao mesmo tempo em que se observa o aumento de calorias per capita e da participação de alimentos de origem animal na mesa do brasileiro, constata-se a substituição de cereais, frutas, verduras e legumes por gorduras em geral e açúcares. Os especialistas denominaram esse processo de %Ctransição nutricional%D, típico dos países em desenvolvimento, como informa o professor Carlos Augusto Monteiro, chefe do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Faculdade de Medicina (ESP/FM) da Universidade de São Paulo. Segundo ele, o processo se caracteriza pela %Csubstituição do consumo de alimentos tradicionais, in natura, por alimentos altamente processados, produzidos por grandes indústrias de alimentos, boa parte deles de alta densidade energética e pobres em nutrientes%D. Ou seja: maior quantidade, menor qualidade. O aumento do consumo de alimentos fora de casa e as estratégias agressivas de marketing são, segundo ele, eixos complementares do mesmo fenômeno.A transição alimentar explicaria as evidências de que a obesidade em adultos cresce mais entre as famílias brasileiras de menor renda. Ê prevalência de obesidade em mulheres de baixa renda em algumas regiões do país já supera a prevalência observada entre mulheres de alta renda%D, constata Carlos Augusto. Outro efeito da transição alimentar é a Íupla carga da má nutrição%D, que ligaria, por fator de causalidade, a ocorrência da desnutrição na infância " ou no período intrauterino " à obesidade na vida adulta.
Comentários: Este artigo é excelente, como é muito grande recomendo que seja acessado os sites indicados abaixo para sua leitura na íntegra. Vale a pena.http://www.ensp.fiocruz.br/radis/56/pdf/radis_56.pdf e também no blog Toca das Informações - http://tocadasinformacoes.blogspot.com



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