Tópico Discursivo
(Leonor Lopez Fávero)
Em seu ensaio “Tópico Discursivo”, Leonor Lopez Fávero começa apresentando duas transcrições que serão analisadas e utilizadas como exemplos no decorrer do ensaio. Para uma melhor compreensão, Leonor divide seu artigo em alguns itens.
No item número 1, chamado “tópico discursivo”, ela introduzirá o conceito básico do que é tópico discursivo, citando para isso a definição de Brown e Yule, “aquilo acerca do que se está falando” e completa apresentando os fatores contextuais que possibilitam se estabelecer e reconhecer o tópico discursivo de um texto oral.
Após a definição apresentada, a autora exemplifica o que foi dito com um trecho das transcrições, demonstrando como um interlocutor interfere efetivamente na produção oral de outros interlocutores. Para finalizar o conceito de tópico discursivo Fávero afirma que ele “é uma atividade construída cooperativamente, isto é, há uma dependência – pelo menos parcial – de objetivos entre os interlocutores”.
O segundo item, Propriedades do Tópico Discursivo, será dividido em outro sub-itens: centração, organicidade.
No sub-item centração, a autora usa a definição ‘falar-se acerca de alguma coisa, implicando a utilização de referentes explícitos ou inferíveis”, ou seja, as marcas no texto para se remeter a algo que já foi dito ou algo que, embora não tenha sido dito, seja do conhecimento dos interlocutores. Também para exemplificar melhor o conceito de centração, Leonor utiliza-se de trechos da transcrição apresentada na introdução.
No sub-item organicidade, a autora apresenta o conceito de “supertópico”, “tópicos co-constituintes” e de “subtópicos” estabelecendo a relação de interdependência entre eles, sempre mostrando com os exemplos a aplicação desses conceitos na transcrição. Após aconceituação, Leonor apresenta a organização desses conceitos no “quadro tópico”.
No terceiro item, denominado segmentação, a autora debate a questão da delimitação dos tópicos, mostrando como marcas no texto expressam a continuidade ou a descontinuidade do tópico em questão. Leonor também diz que essas marcas no texto podem ser: facultativas – que tem uma determinada função especial (muda ou continua o tópico); e multifuncionais – onde as marcas não tem uma função determinada, podendo a cada momento desempenhar uma função (ora muda, ora continua o tópico).
As digressões, tema tratado no quarto item, são definidas como “porções de conversas que não se acham diretamente relacionadas com o tópico em andamento”. Essas digressões podem ocorrer:
- baseadas no enunciado: tem alguma relação com o conteúdo, em geral vem antecedidas por marcadores conversacionais do tipo “isso me lembra”, “por falar nisso”, etc;
- baseadas na interação: não tem nenhuma relação com o conteúdo, embora não seja inadequada, pois pode ser provocada por estímulos externos como ruídos ou a chega de alguém;
- baseadas em seqüências inseridas: tem como finalidade esclarecer, informar ou corrigir o que está sendo dito.
Para concluir seu ensaio, Leonor afirma que “a conversação não é um enfileiramento aleatório de enunciados, ao contrário, ela é altamente estruturada e passível de uma analise formal”, podendo ser considerado bastante coerente sendo apenas regida por princípios diferentes dos que regem um texto escrito.
Resumos Relacionados
- Mariologia - 001
- Redação: O Texto Técnico-científico E O Texto Literário
- O Livro Favorito De Judas - Ang Paboritong Libro Ni Hudas
- Comunidade Orkut Para Divulgar Seus Textos Shvoong
- Escrita E Oralidade
|
|