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Artigo Científico
“Se queres matar a fome de alguém, dê-lhe um peixe. Se queres que ele nunca mais passe fome, ensine-o a pescar”
Esse provérbio tão discutido nas academias, principalmente em torno dos projetos sociais, vai além dos pressupostos teóricos e pragmáticos. Dar um peixe a alguém é pouco, é assistencialismo, ameniza a fome naquele momento, apenas isso. Ensiná-lo a pescar é mais, é maior, é indicar o caminho para adquirir sozinho o peixe e tê-lo diariamente a partir dos seus esforços. Nessa última condição não haverá a figura do doador, que na maioria das vezes configura um interesse obscuro para a colaboração e possivelmente, ele não fará isso por toda a vida, nesse caso, aquele que recebe ficará à mercê de um outro doador e assim vai vivendo e dependendo, sempre, sempre.
Realizar projeto social de forma comprometida é promover meios para integração do cidadão através dos próprios méritos e, neste sentido, o chamado terceiro setor tem exercido um papel imprescindível nesse compromisso de participação e ação social. Embora isso não implique na exclusão da responsabilidade do poder público no atendimento aos menos favorecidos, é também de fundamental importância o envolvimento da sociedade em apontar soluções para diminuir os indicadores sociais tão crescente no País.
Estudos da PNAD – Pesquisa nacional por Amostra de Domicílio, mostram que tem reduzido o número de brasileiros pobres e extremamente pobres no Brasil. Recente pesquisa realizada pela ODM – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, com participação de várias universidades indica que esses números correspondem a 11,11% . Segundo informações da ODM, somente em 2015 será possível atingir a meta estipulada pela ONU, ou seja, 8%.
As universidades como agentes promotores do conhecimento dos fenômenos sociais, têm a função de fomentar a participação dos seus alunos e proporcionar a estes, um saber prático, produzido fora da academia, um saber ativo e participativo. Isso é comprometimento social. Não basta, discutir os problemas, analisar causas e conseqüências, se reduzir numa uma ilha de pesquisa e estudar as transformações sociais, se elas estarão lá e continuarão lá, em permanente crescimento.
Importa conhecer profundamente, intervir, agir. A produção do conhecimento ocorre também com esse envolvimento, pois, um estudo prático e efetivo de ação conjunta é capaz de provocar mudanças. É a Pedagogia da afetividade de Augusto Cury, a Pedagogia do oprimido de Paulo Freire e o interacionismo de Vigotski e de tantos outros que estudamos. A aquisição da sensibilidade só é possível mediante o contato com situações de fato e só assim é que se torna possível a compreensão da realidade dos problemas sociais.
Compreender as mazelas sociais, somente é possível quando vemos crianças aguardando horas para fazer um corte de cabelo economizando dinheiro para comprar o pão do dia seguinte. Isso é a Pedagogia da humanidade.
Despertar os universitários para a intervenção social é promovê-los, conduzi-los a uma ascensão como futuros profissionais que o mercado necessita, mais humanos, éticos, justos, solidários, sensíveis e acima de tudo mais consciente do seu papel na sociedade.
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