O Homem Duplicado
(José Saramago)
Esse senhor, nascido no ano de 1922 na província do Ribatejo, em Portugal mereceu o mais nobre prêmio literário do mundo: o Nobel, em 1998. Tornou-se conhecido internacionalmente a partir de seus livros Levantado do Chão e Memorial do Convento, ambos editados no Brasil em 1980. Escritor produtivo e talentoso é dono de um estilo literário único. Textos longos, sem ponto ou vírgula, conduzem o leitor a escutar a melodia, vivenciar o sentido de palavra a palavra para não correr o risco de perder-se antes de encontrar o ponto no final do parágrafo. Penso mesmo que ele não escreve: compõe. Seus romances Ensaio sobre a cegueira e A caverna abordaram um tema que vem afligindo cada dia mais boa parte da humanidade: perdas. No primeiro as personagens perdem a visão; no segundo os oleiros perdem seus empregos. Em O Homem Duplicado o autor aborda um dos aspectos mais desumanos da sociedade: a perda da identidade produzida pelo processo de globalização, que vem a pouco e pouco destruindo as individualidades e singularidades em busca de uma cultura uniforme, com pretensões universais. Tertuliano Máximo Afonso é um pacato professor de história. Lá uma noite está assistindo um filme e... Pois é! O que você faria se descobrisse na sua cidade alguém muito, mas muito mesmo, parecido com você? Digamos, uma cópia idêntica. Não um clone, que isso é mais pra filme de ficção científica, mas um sósia perfeito. E complicado... Pra descobrir a história toda só lendo o livro até o ponto final.
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