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Ao despedir-me de um amigo virtual, com quem me identifico muito, percebi, de repente, um grande vazio a minha volta. A tela do computador não me traria de volta aquela pessoa, que durante algum tempo mostrou-me, mesmo de um modo virtual, sua alma, sua maneira de ser, de sentir, seus problemas de relacionamentos com a familia, sua busca incessante por outras mulheres, embora fosse casado.Seus valores, bem diferentes dos meus, no inicio deixaram-me assustada.Depois me ensinaram a ver a diferença q existe entre as pessoas e passei a respeita-los.O imenso abismo q havia entre nós - a distancia, valores, outros relacionamentos, filhos, religião - não impediu que por durante meses tívessemos um relacionamento virtual tão profundo, intenso, que hoje passados dois anos, ainda sinto a falta dele na minha tela do micro.Por que deixei isso acontecer? Não sei responder.Talvez eu tivesse que passar por isso para amadurecer, para aprender que o computador, pela sua natureza fria, é péssimo no que diz respeito ao SENTIR.Quando precisamos de sensibilidade, profundidade - nada substitui os cinco sentidos e o contato direto na percepção da outra pessoa e principalmente, dos sentimentos que circulam entre elas.O universo virtual é limitado, mostra somente uma parte de nós.E o que geralmente acontece, quando se sai do virtual é a decepção ao constatar que a fantasia era muito diferente da realidade.Existem promessas e pouca ação, muita mente e pouco coração.Reconheço as qualidades do contato virtual, que aproxima e nos deixa descobrir novas possibilidades.É mais barato que o correio tradicional, é extremamente informativo.Só precisamos ser inteligentes e reconhecer seus limites.Porque, por incrivel que se possa parecer, em pleno século XXI, ainda se morre por amor.Então que esse amor seja, pelo menos, real.
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