A Desintegração da URSS e as Guerras Separatistas
(Paulo Fagundes Vizentin)
desagregaçãoA Desintegração da URSS e as Guerras Separatistas
A última década do Século XX iniciou com a continuidade e a aceleração do processo de desagregação do campo soviético, iniciado na década anterior, culminando com o colapso do regime socialista na URSS e o próprio desmembramento do país. Este evento espetacular teve repercussões imediatas no sistema de relações internacionais ao encerrar a Guerra Fria. Após a derrubada dos regimes socialistas do leste europeu, aprofundou-se a ação das forças internas e externas reponsáveis por tal mudança. Nos países dotados de forte classe média, como a República Democrática Alemã (RDA), Polônia, Tchecoslováquia e Hungria, partidos anticomunistas de centro-direita venceram as eleições, enquanto na Albânia, Bulgária e Romênia, onde este grupo era pouco expressivo, os comunistas reformados foram reconduzidos ao poder.
Em todas estas nações, iniciou-se a transição para a economia de mercado, com sérios impactos sociais. Nos últimos três países, os comunistas no poder adotaram uma plataforma liberal-reformista, que os isolou da população (Romênia), ou os obrigou a partilhar o poder com a oposição (Bulgária e Albânia). A euforia da população, que idealizava o capitalismo como uma espécie de paraíso, logo transformou-se em frustração, a qual tomou o rumo da defesa das conquistas sociais anteriores, ou desviou-se para o nacionalismo xenófobo, separatismo étnico-regional e movimentos de extrema-direita.
Na RDA, as intromissões da RFA e a destruição da economia local, aliada às promessas feitas pelo Chanceler alemão ocidental Helmut Kohl (que participou política e finenceiramente na campanha eleitoral num país ainda formalmente independente!), levaram a maior parte da população a referendar a "unificação" em outubro de 1990. A constituição alemã ocidental, que se auto-definia como "provisória" até que o país fosse reunificado, tornou-se automaticamente a Lei suprema da nova República Federal da Alemanha. No plano político, seguiu-se uma autêntica "caça às bruxas", com a demissão da maioria dos membros do governo anterior e a perseguição de seus simpatizantes. Pior ainda, o governo de Bonn procedeu à erradicação completa das instituições sociais da RDA, tais como centros acadêmicos e científicos reconhecidos internacionalmente, circos populares, indústria cinematográfica, creches gratuitas, entre outros, com o intuito de apagar o país da História.
Paulo Fagundes Vizentin
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