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Lindos de Morrer
(Luís Félix Marques; Margarida Silva)

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A prática regular da actividade física trás múltiplos benefícios para a saúde, quer ao nível físico, quer ao nível psicológico: reduz o risco de morte devido a doença coronária, de ocorrência de acidentes vasculares cerebrais, diabetes, cancro do cólon e hipertensão arterial; contribui favoravelmente para a saúde dos ossos, músculos e articulações; alivia a dor nas artrites; reduz as quedas ao nível da 3ª idade; ajuda no controlo do peso; reduz sintomas de ansiedade e depressão; aparece globalmente associada a sensações de bem-estar; há um menor número de hospitalizações e um menor consumo de medicamentos. A inactividade física ou estilo de vida sedentário está, segundo a OMS, entre as 10 causas globais de morte. Contudo o exercício também pode converter-se num factor de risco para determinadas patologias ou converter-se em si mesmo num problema, quando se realiza em intensidade, frequência e condições que causam deterioração e/ou mal-estar, implicando um reportório de condutas que ultrapassam o estritamente necessário para manter a forma física, com repercussões físicas e/ou psicológicas quando se verifica uma interrupção ou retirada do mesmo. Glasser (1976) populariza-se, ao fazer estudos com indivíduos que praticavam corrida. Surge então o termo de “adição positiva”, “adição à corrida “fanatismo pelo fitness”, “corredores obrigados”, “exercício mórbido”, “exercício compulsivo e “dependência primária do exercício”, esta, em contraposição com a dependência secundária, que estaria associada e seria derivada das perturbações alimentares. Ao nível nosológico, o debate estabelece-se em torno de duas tendências: uns consideram a dependência do exercício associada a perturbações obsessivo-compulsivas; para outros ela é o resultado de um processo aditivo. Para Yates (1991) as características que pôde observar nos “corredores obrigados” estariam mais dentro dos parâmetros das compulsões do que nos das adições, uma vez que as experiências desses sujeitos eram mais desprazerosas e dolorosas do que prazerosas. O autor fala-nos, em termos diferenciais, para o diagnóstico da adicção, de características impulsivas e um estado ego-sintótico, já que os aditos não querem parar ou reduzir a realização da actividade, obtendo basicamente prazer com o seu comportamento. Já os sujeitos obsessivo-compulsivos seriam considerados como ego-distónicos, isto é, para eles o prazer nem é obtido nem procurado. Estes sujeitos encontram-se desde logo, de alguma forma, acometidos de mal-estar, sendo a actividade física procurada e utilizada como forma de reduzir esse mal-estar. Estes autores concluem que os resultados apoiam claramente a relação entre o exercício e a dieta, e que esta associação se mostra muito relacionada com um perfil de personalidade obsessivo-compulsivo. Os traços obsessivo-compulsivos parecem estar consistentemente associados com o esforço para controlar o peso, a imposição social de padrões standard e o perfeccionismo. Assim o sujeito que realiza o exercício excessivo poderia revelar traços obsessivo-compulsivos ao percepcionar partes do seu corpo como desproporcionadas, envolvendo-se, por isso, em práticas correctivas, Também aqui pode experimentar uma compulsão ego-sintónica, obtendo uma sensação de bem-estar ao realizar o exercício, ou ego-distónica, quando a prática do exercício o ajuda na tomada de consciência do seu estado perceptivo em relação ao peso e ao seu baixo nível de massa muscular. Por outro lado existe uma a corrente de investigação que considera a dependência do exercício, não como uma perturbação do tipo obsessivo-compulsiva, mas como um processo de características aditivas. Estes entendem que o exercício vigoroso reflecte estados de ânimo elevados e produz euforia e bem-estar, que se podem atribuir aos efeitos resultantes da produção das endomorfinas. Consideram a dependência do exercício como uma forma de adição. Neste contexto a percepção da imagem corporal, a forma como o indivíduo percebe o próprio corpo e asua relação com o meio, formada através de vivências e de imagens que influem as concepções de estética e comportamento, assume especial importância. O indivíduo não toma consciência de si mesmo e adopta padrões distorcidos. Pode resultar numa perturbação dismórfico-corporal e desencadear um transtorno obsessivo-compulsivo a fim de alcançar os objectivos desejados. Os estudos recentes analisados levam-nos a salientar os seguintes aspectos: os riscos inerentes ao estilo de vida sedentária; o crescendo da prática de exercício físico regular; o aumento significativo e a diversidade da oferta para a prática de exercício físico; os efeitos paradoxais dos media no incentivo à prática do exercício físico e suas repercussões em termos de benefícios e excessos; os diferentes padrões de comportamento e motivação de acordo com as diferentes Culturas; o exercício físico regular como gerador de benefícios para a saúde física e psicológica; o abuso do exercício físico como agravante de patologias como a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e a dismorfia corporal, a vigorexia e a necessidade de intervir do ponto de vista da orientação psicológica, não só ao nível da promoção e manutenção do exercício físico regular, mas também ao nível da promoção da normalidade e dos processos básicos – cognições, motivações, concentração, aspectos ligados à alimentação como forma de controlar o peso e riscos associados.



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