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Cães da Provincia
(Luís Antônio de Assis)

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Cães da Provincia
[Luís Antônio de Assis Brasil]O livro Cães da província, escrito por Assis Brasil, narra várias histórias que são ambientadas na cidade de Porto Alegre, Província de São Pedro do RS, durante o reinado do imperador D.Pedro II .O destaque maior é dado ao personagem Joaquim de Campos Leão, Qorpo- Santo que representa a intelectualidade em choque com a mediocridade dos parâmetros de sua sociedade. A falta de compreensão da população leva Qorpo- Santo a ser considerado louco, devido a sua audácia em burlar os costumes da época. O narrador deixa claro, durante o desenrolar dos acontecimentos, a superioridade do personagem Qorpo-Santo em relação aos demais. A forma que seu comportamento tomou é tida como conseqüência de sua imensa inteligência, conhecimento e seus conflitos internos e sentimentais. Fora abandonados por sua esposa, Inácia, que visava interditá-lo. Passa a viver só com seu criado Inesperto.Porém, por baixo de toda a aparência de uma sociedade normal, existe um mundo marginal onde prevalecem a violência, o adultério, a crueldade e as mentiras. Entre as histórias paralelas que, porém, não se desvinculam de Qorpo-Santo, temos a do importante comerciante Eusébio. Este só se preocupava com sua posição social, o que tornava um homem digno e respeitável. Mas o seu maior problema foi o adultério cometido pela mulher, o que levou a uma grande mentira perante toda a cidade, ameaçando abalar sua integridade. Junto com essa história, temos os crimes que abalaram a calma população, cometidos pelo açougueiro e sua mulher, Pelsen. Esses dilaceravam corpos de pessoas atraídas para sua casa, a fim de fazer lingüiça.Assim, vemos transparecer a mesquinhez, a falta de valores reais da sociedade, que se mostra mais preocupada com a interdição ou não de Qorpo-Santo do que com os crimes hediondos ocorridos.Qorpo-Santo é realmente, um personagem extraordinário. Suas idéias seus pensamentos o levam muito além dessa época. Contudo, seu comportamento não é completamente normal, porque o personagem conversa, diversas vezes, com pessoas irreais, como Napoleão III.A sua condição psíquica é levada a julgamento, havendo divergências entre os alienistas a respeito da mesma. Acaba por ser interditado, mas seus bens não são entregues á esposa. É extraditado, e a soci9edade sente-se apaziguada.A narração é em 3ª pessoa - narrador onisciente. A realidade choca-se com a ficção nesse livro. O fato de Qorpo -Santo fantasiar um mundo só seu, à revelia dos costumes e regras tradicionais, eleva-o ainda mais. Independente da exata localização espacial, o livro extrapola, indo muito além de suas fronteiras. A denúncia é feita constantemente, mostrando a mediocridade de espírito da sociedade que é, facilmente, igualada a um cão, o cães da província. Isto porque essa população é, realmente, domada e obediente às normas e costumes impostos pela época. Assim atingindo o universal, a obra de Assis Brasil pode ser entendida por várias pessoas em diversas épocas, sem perder, de maneira alguma, seu valor real.A própria personagem, na sua loucura, oscila entre momentos de lucidez e o mais completo desvario: '' Ora sou um, ora sou outro''. Assim, a ocultação e o desvelamento da vida assumem representação concreta no confronto entre as patologias individuais e coletivas, de que são ilustrativos os episódios dos cadáveres escondidos, o falso enterro de lucrécia e sua reclusão em vida, a ambigüidade velada e ardorosa de Inácia e, principalmente, a hipocrisia das eprícias médicas e dos laudos judiciais.O treixo abaixo evidencia uma visão de exaltação à ''loucura'' [conversa entre Landel e Joaquim Pedro] :''Amigo, no imaginário do nosso mundo a loucura é uma coisa aquática, os loucos têm um espirito profundo e turbulento com as correntezas, jamais poderemos adivinhar-lhe o fundo; daí por que escapam a qualeensão, é como se você quisesse adivinhar o que acontece a dois palmos de baixo do casco da nossa canoa; a mente enlouquecida é pior que este rio barrento.''Neste outro trecho percebe-se a tortura de Qorpo-Santo, em sua indefinição entre a razão e a loucura [pensamento dele lido por Joaquim Pedro para Luísa]:''Se sinais naturais me enclinam algumas vezes á cópula, em outras me fazem desaparecer tal inclinação. Assim é que saio às vezes com mais forte atenção, e volto com mais contrária disposição. Logo, se a natureza agora exige e determina e passados alguns minutos reprime e impossibilita, faz desaparecer o desejo e a lembrança, pergunto: o que é o homem?''



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