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Xingar pode?
(Lucapajuli)

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Xingar pode ?


Os cartolas do futebol querem mudar o comportamento do torcedor, do jogador e a legislação, coisas que até agora não têm conseguido.
Torcida é torcida em qualquer disputa esportiva. Ela já se manifesta antes de o jogo começar. O torcedor xinga o torcedor adversário ou o clube. A torcida xinga, ainda, atletas, vendedores ambulantes de sorvete, cachorro-quente ou amendoim, gandulas, auxiliares de campo, pessoal da federação, diretores dos clubes e até certas autoridades.
No instante em que o árbitro pisa no gramado, junto com os bandeirinhas, o xingamento aumenta e eles são “castigados” impiedosamente, são chamados de ladrões, filhos da “boa mãe”, único momento em que os torcedores chegam à unanimidade.
Jogadores também se xingam dentro do campo. Os figurantes do espetáculo de uma partida de futebol têm não só o direito de arena, bem como o direito natural de xingar, porque isso faz parte do calor da disputa. Nem poderia ser diferente, porquanto até irmãos se xingam e se digladiam num simples bate-bola de fundo de quintal.
A xingação é amplamente permitida, pois está entranhada na cultura afro-brasileira do futebol. Tudo aquilo que se diz em campo vale em campo e lá fica sepultado, terminada a peleja.
As pessoas se xingam a si próprias quando dão uma martelada no dedo. Que dizer então de uma pancada na canela ou um chute nos fundilhos dado pelo adversário ?
Craques de renome sempre foram xingados, mas também xingaram muito, não só seus companheiros de profissão, como até os árbitros.
O grande Leônidas, chamado pelos franceses de “Diamante Negro” (Copa de 38) em virtude da sua cor e de seus malabarismos, nunca se perturbou com o xingatório ou provocações. Respondia fazendo gols, até de bicicleta, coisa que ele inventou. Aconselhava os companheiros a procederem da mesma forma.
O rei Pelé, com dribles desconcertantes, sempre foi alvo de muitas xingas. Pelé se cansou de ouvir ser chamado de “crioulo filho da mãe” e de outros adjetivos mais fortes, mas tudo isso não passava das quatro linhas do campo. Ficava chateado, não revidava, mas arrebentava o adversário, marcava gols e mais gols. Quando seu Santos F.C. ganhava do Corinthians ou a seleção brasileira ganhava dos argentinos, Pelé tinha uma alegria toda especial.
Hoje o jogador de futebol precisa estar atento no trato com seu colega de profissão, principalmente se ele for de cor. Ele poderá “ofender” o companheiro e tomar um processo judicial nas costas, sob o argumento hipócrita de estar praticando racismo. Interessante que isso soe acontecer quando o “ofendido” é um afro-brasileiro. A recíproca, porém, não é verdadeira. Nunca ninguém se importou em censurar um afro-brasileiro quando chama alguém de “branquelo”, de “barata descascada”, de “loiro”, de “olho de gato”, de “alemão” ou de outros rótulos...
As expressões mais incisivas e até chulas que um jogador de futebol profere para outro, no calor do jogo, não são injuriosas, muito menos têm cunho racista, como quer fazer crer parte da mídia. Elas fazem parte do folclore do nosso futebol, onde principalmente as mães (não as verdadeiras, claro) dos contendores, são as mais “homenageadas”.
Querer modificar essa panorâmica é missão impossível. Racismo no futebol não pega há muito tempo, desde quando os clubes de futebol, que foram montados pela aristocracia, passaram a admitir craques de cor.
Possuímos o melhor futebol graças ao grande e inesgotável celeiro de jogadores que têm servido à seleção penta campeã, suprido e encantado os times e torcidas de outros países por todo o mundo. Talvez nem seja preciso modificar a legislação esportiva para reprimir o êxodo de craques novos. O que deve mudar, parece, são os cartolas.



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