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DEPRESSÃO NO BANCO DOS RÉUS DA MORAL
(STYV)

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O maior problema com a depressão, além do horrível estado que ela impõe, é o julgamento moral que fazemos dela. Isto porque por mais que a pessoa saiba quais são as causas de sua depressão—seja ela química, traumática, sistêmica, neurológica, ou até genética—ela trata o seu próprio sentir "depressivo" como algo moralmente ruim; diferentemente da alegria, que não recebe julgamento moral algum de nossa parte. Depressão é horrível, e qualquer comparação com o seu sentir é bobagem. No entanto, cometerei tal bobagem assim mesmo, apenas por uma questão ilustrativa. Quem vive em permanente estado de depressão, tem que, além de se medicar, tratar a depressão com a atitude de um diabético, ou de um hemofílico, que pode sentir todos os desconfortos com o problema, mas não o trata de modo moral como desconforto. Por que será que a depressão é sentida de modo moral? Sim, com culpa? Nossa cultura tem raízes hedônicas que foram batizadas pela culpa cristã relacionada à tristeza da alma. Isto porque as nossas raízes hedônicas nos sugerem o prazer como estado a ser buscado como sucesso para o ser. E a moral cristã, tirou a força do hedonismos do prazer, e a colocou na alegria santa; porém manteve seu anátema sobre a tristeza. Ou seja: as dores racionais e obvias, como aquela que é marcada pela morte, é aceitável e digna; porém a dor-tristeza sem "causa traumática", sendo por sua natureza abstrata, é sempre taxada de mal. Ora, conquanto a depressão seja conhecida em todas as culturas da terra, é no ocidente-cristão que ele cresceu a ponto de se transformar em epidemia de natureza psicológica ou psiquiátrica. Lidar com a questão de frente é o que mais ajuda. E tratar o tema como se fosse "dor de dente", ajuda mais ainda. É dor. Dor como a dor. E é normal que seja assim. As causas da depressão são muitas, e vão desde predisposições genéticas, passam pela constituição psicológica, caminham por dentro do mundo dos traumas e perdas, e podem ser, também, de natureza química, com disfunções na engenharia cerebral ou neurológica. Há também casos de depressão provocada pelo uso excessivo de certas drogas ou álcool. Alguém pergunta: E não há depressão de natureza espiritual? Ora, é claro que também há. No entanto, tais depressões são de natureza diferente, podendo ser apenas o resultado da culpa; ou, algumas vezes, de opressão espiritual direta. Ora, mesmo sabendo de todas essas variáveis, se eu tivesse que dar um conselho geral a todos os deprimidos, independentemente da causa da depressão, eu diria o seguinte: 1. Faça de qualquer depressão um bem, simplesmente não gerando associação entre o estado de depressão a qualquer forma de culpa moral. E, caso tenha havido culpa no nascedouro do estado, receba o perdão, creia, e desmoralize a depressão. Ou seja: se ela permanecer, já não será como tristeza para a morte, que é fruto da culpa; mas sim como tristeza para a vida, e que fará melhor e mais doce o coração. 2. Não se fixe na depressão. Deixe que ela se vire sozinha. Dar atenção à depressão é como fazer carinho na tristeza como vício. Portanto, não a negue, mas não a sente no trono de seu ser como senhora de seus sentimentos. 3. Busque a natureza, o ar livre, a praia, a piscina, o sol, o pé no chão, a grama, a terra, as fontes de águas, as atividades físicas, o toque, o amor, o sexo, a companhia de amigos, os papos diferentes, e, sobretudo, descanse no amor de Deus. Sei que uma pessoa deprimida quer se prender dentro do quarto, fechar a janela, e se enterrar na escuridão, noite e dia. No entanto, minha experiência—tanto em mim mesmo como observando a praticidade deste conselho em outros—, verifico que a natureza e a volta aos elementos básicos da criação, têm um poder enorme na cura e restauração das energias psíquicas e vitais, fazendo com que pelo menos 50% do problema comece a se esvair. 4. Não fique com pena de você. Depressão ama auto-piedade. Olhe para a depressão como um estado criativo, e não como algo paralizante. Sempre tratei a depressão com criatividade. 5. Leia o salmos. Todos eles. E observe como alegria e tristeza tem o mesmo poder: gerar orações. A alegria produz ações de graça, e a depressão produz a expansão da comunhão com Deus, produzindo orações de verdade visceral. 6. Tome os remédios próprios sem culpa e sem julgamento moral e espiritual acerca do estado para o qual eles são receitados. Aprender a lidar com a depressão é um exercício de sabedoria espiritual, especialmente para quem vive massacrado pelos "demônios" da urbanidade e da chamada vida pós-moderna. Use a depressão. Não deixe ela usar você. Você deve saber, no entanto, que quem tem depressão de natureza química ou neurológica, deverá tomar medicação com o mesmo carinho e simplicidade prática com a qual um diabético toma insulina. Sugiro-lhe também que procure a medicina ortomolecular e que também faça exames de mineralogia. Muitas vezes quando se detecta quais são os elementos químicos que estão faltando no cérebro, e se faz suplementação deles por via médica, as depressões vão desaparecendo à medida em que a química orgânica vai se re-equilibrando. Tenho visto pessoas que sofriam de depressão crônica por décadas ficarem completamente boas de seus desconfortos, apenas fazendo reposição de elementos químicos que faltavam no corpo. Espero ter sido de algum modo útil.



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