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A ideologia alemã
(Karl Marx; Friedrich Engels)

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Em primeiro lugar, este resumo se refere apenas à primeira parte do livro A ideologia alemã, cujo título é Feuerbach.A ideologia alemã é uma polêmica dirigida contra os neo-hegelianos, analisando e satirizando as suas idéias
de reforma moral da humanidade. A estes devaneios de uma
pequena-burguesia sonhadora, Marx e Engels opõem a pesquisa de método
histórico e crítico, fundamentada sobre as relações sociais, no estudo
da vida prática em sociedade. O estilo satírico se mistura a uma
refinada argumentação histórica a filosófica, e na defesa de um projeto de emancipação real da humanidade.O idealismo filosófico alemão reduz o mundo à sua representação intelectual (idealismo objetivo)
nos sistemas ideológicos como a religião, o Direito, a ciência, etc.
Reduz toda a evolução histórica a estes ideais, que são considerados
pelos idealistas não apenas como independentes dos fatores e agentes da realidade social, mas como efetivos criadores desta última. Acrescentam a este historicismo idealista um tempero místico e hermético, fazendo com que ele adquira um sabor transcendente. A escravização da vida pelos ideais transcendentes é um axioma deste idealismo, seja na sua versão cristã, panteísta ou atéia.
Em radical oposição a este pensamento, Marx e Engels defendem a
pesquisa da história material dos homens, suas relações entre si e suas
relações com o meio natural, para, então, desvendar as formas de
ideologias, pois é da vida material que surge as ilusões ou verdades do
espírito.As relações a serem investigadas são o Verkehr (intercâmbio) entre as pessoas, o que manifesta uma diferença radical com as concepções organicistas
da sociedade. Propõem o estudo das relações empíricas entre os
indivíduos, entre os países, classes, regiões, etc. em unidade com a
interpretação conceitual destas relações empíricas.O
fundamental, nestas investigações, é o processo de desenvolvimento da
sociedade. Marx e Engels acreditavam que a História e a Economia
Política forneceriam os elementos factuais e conceituais necessários
para o adequado estudo da realidade social, desde que estas ciências
fossem submetidas a uma rigorosa crítica de um ponto de vista teórico específico, que seria chamado posteriormente de materialismo dialético. Este estudo forneceria a chave para o mistério da ideologia.Os
filósofos não tinham como finalidade o estabelecimento das propriedades
formais da ideologia em si mesma, de forma semelhante ao que fazem os
matemáticos na geometria euclidiana. A ideologia é um sistema de idéias
através das quais as relações sociais assumem uma forma mistificada na
consciência: religião, metafísica, Direito, moral, etc. A ideologia
inverte a realidade histórica, ao invés de representá-la racionalmente.A formas de representação coletivas devem ser estudadas a partir da sua base na vida cotidiana, nas relações sociais, cuja totalidade constitui a sociedade. E mesmo essas representações coletivas surgem, primeiro, como linguagem, e não como "Espírito". A linguagem é chamada, pelos autores, de "consciência prática".Marx e Engels também criticaram o materialismo "vulgar" de Feuerbach,
que abstrai a existência histórica do ser humano, definindo-o como um
ser passivo, isolado e dominado pela sensibilidade imediata. É
necessário, pelo contrário, partir da sensibilidade ativa e prática do homem na sua realização histórica efetiva,
que é, em primeiro lugar, o trabalho. Na sociedade moderna, por
exemplo, a divisão social do trabalho estabelece a submissão do
indivíduo ao seu trabalho, em um processo relacionado recíprocamente com a dominação coercitiva de classe e a dominação persuasiva ideológica.Na evolução histórica, surge o Estado de um conflito entre o interesse individual e o coletivo, produto da divisão do trabalho e da estratificação social. Alienação e subordinação do indivíduo à coletividade, que é percebida como uma força incompreensível e externa, que domina a vida humana (veja as idéias
de "solidariedade orgânica", "mercado", "estrutura", etc.). Da mesma
forma que a sociedade subjuga o indivíduo, uma parte da sociedade
domina a outra parte. Surge o paradoxo, segundo o qual o poder coletivo que oprime a individualidade é o instrumento através do qual a coletividade
é submetida a uma parte da sociedade. E a luta de classes. A ideologia
apresenta o interesse particular de uma classe como se fosse o
interesse geral da sociedade. É no conflito entre classes de interesses
antagônicos
que a história atravessa os diferentes estágios. Em um escrito
posterior, Marx diferencia a "classe em si" da "classe para si", mas
aqui já vemos o desenvolvimento latente desta idéia: " Os indivíduos, isoladamente, só formam uma classe na medida em que têm que empreender uma luta contra outra classe".A produção de ideologia está ligado à própria produção material. Os fatores
que determinam a formação de uma ideologia são: a dominação de uma
parte da sociedade sobre as outras; a divisão entre o trabalho manual e
o trabalho intelectual; separação da teoria e da prática; a
centralização dos meios de produção espiritual (eles não especificam o
que sejam, mas suponhamos as escolas, igrejas, impressoras, etc.); a
divisão entre os formadores de opiniões e os seus receptores passivos;
dependência política e econômica
dos ideólogos para com a classe materialmente mais poderosa. Os
ideólogos são os representantes culturais da classe dominante,
apresentando os interesses particulares dos seus representados como
interesses gerais, ideais elevados, etc. É interessante comparar essa
posição de Marx nesse escrito com a posição anterior, nos Manuscritos econômico-filosóficos, e a posição posterior, em O capital, no qual cria o conceito de fetichismo de mercadoria.



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