Solidão da Pátria
(layza)
1º Solidão da Pátria
Trago nas veias, sangue africano.
Em rubor do sol nascente
Cativo de nossa esperança.
Equívocos de outrora,
Oh, tivéssemos liberdade!
Tarde que pudéssemos coroar.
Trago nos olhos pensativos, a bruma da renúncia,
Amor sem amar, sentimentos desprezados.
Por que motivos há cortesia?
Onde está a nobreza nos vastos sentimentos humanos?
Onde está a nobreza dos vossos ancestrais?
Quando trazem no coração, as chagas do pecado.
Senhores! Quisera eu aplaudir a vossa inteligência!
Onde estará vossa calma e estética?
Escondidos em espectros prisioneiros...
Onde estará o vosso universo?
Olheis com vossos olhos, a compaixão.
Olheis com vossos sentimentos, o amor.
Não abandoneis o vosso caráter liderante.
Não vos deixeis levar pela inquietude do mar.
Caleis sobre a vossa armadura,
Abrandeis o vosso escárnio.
E encontrareis a verdadeira calma e nobreza!
2º Indagações
Retiro-me deste aposento.
Retraio-me sobre esse assento.
Onde abandonei antigas canções,
Onde recordei a aurora da inquietação.
Observo pradarias...
Observo os montes,
Talvez a perdição alcançaria,
O que jamais julgou longe.
Observo poetas contemporâneos.
Talvez despertaram esta manhã.
Observo homens modernos.
Talvez despertaram na estrada do inverno.
Calai-vos ventos e mares...
Sob esses gritos paradoxais.
Sob esses olhos inexoráveis.
Calai-vos rochas vulgares...
Retraio-me nesse íntimo,
Ao ver-lhes, oh homens hipócritas.
Quantas lágrimas derramais,
Por vossa própria condição.
Quantas palavras rebelais,
Por essa triste aflição.
Encontro-me talvez...
Certamente na multidão feroz.
Da humanidade infinda,
Quantos murmúrios ocultos,
Sob essa carapaça, sob esse vulto.
Desde a terra da manhã,
Exalando o ar da escravidão...
Suportarias então, a dor do cativeiro?
Certamente não!
E dizes homens petulantes,
Que teus cativos são fracos.
Não compreendes a vossa fraqueza.
A vossa rebeldia.
Lutai-vos qual canção da liberdade.
Que aposentei em vós a nota da lealdade...
E jamais esquecerei a vossa dignidade.
Que humildemente acatas em vosso coração.
E tua sorte?
Vosso íntimo é nobre!
É trabalho, é progresso.
Não como a nobreza das cousas mundanas,
Mas a eterna fidelidade do regresso...
Aguardarei o teu regresso...
Tu és pátria, não o inverso.
Tu és vida, não escuridão.
Desta senzala, desta solidão.
Estarei aqui, amigo.
Volverei a esta ala.
Como a uma terra querida.
Que abraça território antigo.
Destas ruínas, os ventos levarão.
Porque apenas a história perpetuará...
Sob o amor de nossa nação.
Sob o calor da eterna realização.
Não abrandarei teus delitos.
Custou-me libertar os aflitos...
Que acorrentastes sob as chamas da escravidão.
Que fizestes então?
Acumulastes riquezas,
Explorastes continentes,
Embarcastes sob o inconsciente.
Que fizestes, então?
3º Pernambuco és Imortal
Nossa querida irmandade,
Nossa alegria é estar em ti.
Aposentar-nos em tua beleza.
Enclausurar-nos em tua piedade.
Pau-brasil em verdes pastos,
Nossa gente investe, nossa flor te liberta,
Nossos corações te ofertam. ..
Os tesouros, mistérios perdidos.
Não encontrastes os teus anseios.
Enviastes outros interesses,
Mas não embelezastes a nossa pátria.
Mas que culpa tens?
Os homens não sabem bem?
Que procurastes um lar para viver?
Uma criança para chorar em seu colo?
Lágrimas diversas derramastes.
Quisera morrer,
Mas teus suseranos não fizeram assim.
Pernambuco, herança nossa.
Esperança que adormece.
Estrelas que aquecem, ao avistar os ricos mares,
Ao avistar as ricas terras.
Terra nossa, pátria amada.
Terra viva, soberania farta.
Flores perfumadas de ricos jardins,
Cruéis obstáculos de vitórias gloriosas.
Guerras de fascínios alucinantes.
De olhos brilhantes.
De conseqüências magras.
Consciência surda,
Palidez de orvalhos mudos.
Meros devaneios em águas correntes.
Práticas laboriosas, servos eloqüentes.
Marcas vitoriosas, vivos guerreiros.
Queridos espaços de breves lembranças.
Ruínas deixadas em corações gratificantes.
Rochas quebradas sobre o destino vivente.
Sentimentos alheios partidos e corados.
Nossa árvore é esperança viva.
É mistério descoberto,
É herança rica,
É canção inesquecível.
Pernambuco agradece.
Nossa alegria carece...
D´um vivo sol de rica manhã.
4º Cativos da Escuridão
Homens cativos em sua senzala,
Esperam adormecer a ira dos seus suseranos,
Esperam renascer a esperança em horizonte magro.
Derradeiras batalhas, fugas de indigentes.
São vitórias efêmeras.
Qual lugar da escravidão,
Ao pôr do sol é sua única consolação.
ao anoitecer é sua única libertação.
Homens herdeiros da terra nossa,
Que presenciaram seus últimos ancestrais,
E deixaram seus remanescentes tesouros escondidos.
Não sabeis que traístes a nossa terra?
E furtastes suas riquezas?
Oh, quisera eu abrandar os vossos delitos.
Onde estão as ruínas de vossa ambição.
Homens! Amores que os atordoaram em breves perdições,
Não vos esquecei de nossa nação!
Que fora a vossa morada.
Que, no entanto saudaste-a falsamente.
Apenas uma gratidão em vossos corações poderia restar...
Amigo! Ontem fui o teu cativo,
Senti a pungente solidão de uma pátria.
Que tu formavas uma emancipação.
Enquanto desejávamos apenas união.
Como desejaríeis a perfeição?
Se ao menos as rochas passivas, brutas?
Como julgar, quando de teu cárcere existem máculas?
Como o renascer se desejas o sol apenas para ti?
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