Aderencia ao Tratamento Antiretro-viral
(Manuel Chipeja)
Como avaliar a aderência antiretroviral à AIDS (parte 1/2)
O questionário de resposta dos doentes (Patient self-report Questionarie) é o método mais simples de estimar a aderência, mais fácil de usar, mais barato e mais práctico que existe (Walsh, et al, 1998; Ammassari et al.,2002), apesar de muitos autores reconhecerem que sobreestima a aderência devido ao facto dos próprios doentes nem sempre poderem ser precisos nas suas respostas (Wagner & Rabkin, 2000; Duong et al., 2000) e o facto de ser face-a-face em alguns e mesmo em questionários respondidos pelos doentes, pois, subentende um juízo, um julgamento dos seus actos (Paterson, et al., 2002) e ainda o facto de prevalecer igualmente o factor esquecimento pois, este método é retrospectivo. Em muitos estudos como do Habrich et al., (1999) a medição da aderência pelo simples método de respostas dos pacientes mostrou ser um importante predictor de resposta virológica dos pacientes, ou seja como ele afirma nas suas conclusões “participantes que revelaram má aderência (< 80% ) não tiveram efeito antiviral demonstrável ou não tiveram recuperação imunológica após 6 meses. E por outro lado, os pacientes com boa aderência a excelente (>80% ) tiveram melhor supressão da viremia e uma recuperação da contagem das células CD4”. Por outo lado, Knobell et al, (2002) apresenta no seu estudo uma versão simplificada do questionário para medir a aderência que ele prova ser igualmente um instrumento adequado e sensível para estimar a aderência que coincide com as alterações de CD4 e da carga viral viral e que pode ser usado na práctica clínica diária. Muitos autores entretanto (Wagner & Rabkin, 2000; Bangsberg, et al, 2000 ; Paterson, et al.,2000) são de opinião que este método quando confrontado com outros métodos mais objectivos como o computer-assisted electronic monitoring devices ou frascos monitorizados por computador (MEMS caps) não oferece resultados muito fiáveis, pois sobrestima a aderência. Duong, et al (2001) entretanto usou também este método e com apenas 4 perguntas, avaliando respectivamente a aderência dos últimos 4 dias (curta) e das últimas 4 semanas – mês – (longa), obtendo uma medição muito precisa da aderência, como afirma, e ainda com uma forte associação de resposta virológica.
Avaliação de parâmetros biológicos . O MCV (Volume Corpuscular médio da Hemoglobina) tem sido usado como um importante marcador da aderência à Zidovodina ou Stavudine. Entre os pacientes que receberam estes medicamentos uma significante e (e indenpendente) associação foi possível estabelecer entre a uma resposta virulógica e macrocitose (Duong et al., 2001; Snower & Weil, 1993 e Ahmad & Sukthankar, 1997 ) sugerindo que este aumento esteja directamente correlado com uma adequada aderência à terapia. Deve-se notar contudo que numa deficiência de Vit. B12, de ácido fólico , no alcoolismo e na doença hepática encontram-se com freqência macrocitoses. Por outro lado a avaliação do MCV não permite avaliar a aderência para outros medicamentos antiretriovirais.
Os relatórios dos clínicos ou a predicção da aderência pelos assistentes de saúde é uma avaliação que normalmente é feita pelos clínicos ou assistentes de saúde aos seus pacientes, muitas vezes de modo informal, geralmente antes de iniciar a terapêutica e ao longo da avaliação das razões da falência virulógica (Paterson et al., 2002). Contudo muitos estudos (Paterson et al., 2000; Bangsberg, et al 2000) mostraram que os clínicos ou os assistentes de saúde são os piores avaliadores da aderêrncia dos seus pacientes. É de realçar contudo que a percepção e o ponto de vista dos clínicos é importante fundamentalmente para aspectos cognitivos em que só o contacto pessoal pode avaliar (Paterson et al., 2000)
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