Marília de Dirceu
(Tomás Antônio Gonzaga)
Felicidade, amor e lealdade entre dois jovens. A parceira, Marília, é linda, de beleza mitológica. A paisagem também é exuberante. Trata-se de um cenário bucólico das Minas Gerais. Estes são os elementos, extremamente “sorridentes” presentes na primeira parte do clássico Marília de Dirceu do escritor Tomás Antônio Gonzaga.
A segunda, todavia, revela uma nauseante reviravolta. O meio saudável e campestre é substituído pela angustia provocada pela separação do protagonista de sua eterna amada, Marília, e de seus amigos. Apesar de ser considerada árcade, tal obra possui traços marcantes de pré-romantismo, sobretudo na última parte.
É possível também, ao longo de suas liras, desvendar bastante da história do autor e do próprio Brasil. Tomás Antônio Gonzaga era apaixonadíssimo por uma garota de 15 anos chamada Maria Doróteia Joaquina Seixas, a verdadeira Marília, tão homenageada no livro. O Dirceu, presente no título, era o seu pseudônimo árcade. Na obra, também são citados outros dois personagens. São eles Glauceste e Alceu. Na realidade tais nomes não passam de codinomes para representarem os colegas vivos, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto.
Tomás Antônio Gonzaga foi um dos apontados por Joaquim Silvério dos Reis como membro da combatida Confidência Mineira, que também arrebatou Cláudio Manuel da Costa e o herói nacional Joaquim José da Silva Xavier, o popular Tiradentes. A partir de sua prisão, com a deportação, a melancolia ditou os novos trechos escritos. Essa é justamente aquela que é considerada a segunda parte de Marília de Dirceu.
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