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LENDAS BRASILEIRAS – O URUTAU (NORDESTE)
(FOLCLORE BRASILEIRO)

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LENDAS BRASILEIRAS – O URUTAU (NORDESTE)

Numa humilde casinha no sertão vivia uma moça tão feia, mas tão feia, que ela mesma não tinha vontade de se olhar no espelho. Seus pais, já idosos, temiam deixá-la sozinha, mas nenhum caboclo tinha coragem de pedi-la em casamento.
À tarde, ficava na janela esperando os sertanejos que voltavam da roça. Tinha esperanças de que alguém, algum dia, se interessasse por ela pois era trabalhadeira, boa filha, e excelente cozinheira.
Passado muito tempo, por fim, desanimada, deixou de ir à janela. Para distrair-se passou a dar grandes passeios noturnos sozinha.
Como companheiro tinha um pito de barro e um cachorro, muito feio também. Todas as noites passeava pelos mesmos caminhos, com o cachorro à frente, correndo e latindo. Antes de se recolher sentava sempre na mesma pedra, acendia o pito e ficava olhando a fumaça, distraída.
Em uma destas noites escuras como breu, ao estar sentada em sua pedra, ouviu o tropel de um cavalo. Escondeu o pito e levantou-se, fingindo estar caminhando.
Quando o cavalo parou, apeou um moço aparentando distinção, que se identificou como sendo príncipe e perguntou se ela poderia lhe indicar o caminho que levava à estrada principal. Como o caminho era complicado, ela ofereceu-se para levá-lo até lá.
Encantado com tanta amabilidade, o príncipe foi andando a seu lado, puxando o cavalo pelas rédeas.
Como ela era inteligente e mantinha bem uma conversação, o príncipe estava totalmente fascinado. Quando já estavam quase chegando, o príncipe falou:
- Sei que faz pouquíssimo tempo que nos conhecemos, mas como é difícil encontrar uma moça tão amável, inteligente e bondosa, não quero perder a oportunidade de pedi-la em casamento.
Depois de fazer o príncipe insistir muito, acabou aceitando e ficaram noivos ali mesmo.
O príncipe já estava planejando conhecer os pais da noiva, quando a lua apareceu. O rosto da moça ficou iluminado, e o príncipe pode apreciar-lhe as feições. Ficou branco de susto. Contendo-se para não sair correndo, inventou uma desculpa e disse que teria que encontrar um mensageiro não muito longe dali, mas que ela o esperasse porque, com certeza, voltaria.
A moça concordou e sentou-se numa pedra para esperar. E as horas foram passando...
Já cansada, de repente avistou um vulto aproximando-se: era uma bruxa conhecida sua que lhe perguntou o que havia acontecido. A moça lhe contou a história e terminou dizendo:
- Ah, se eu pudesse voar... Tenho medo de que algo tenha acontecido ao meu amor, e que ele precise de minha ajuda...
A bruxa ofereceu-se para transformá-la em ave, e ela prontamente aceitou.
Era uma ave esquisita, toda desajeitada. Ela voou, voou por todos os lados até que ao raiar do dia perdeu as esperanças.
Voou de volta para onde estava a bruxa e lhe pediu para desfazer o feitiço. A bruxa disse que não lembrava da fórmula, e que ela permaneceria ave para sempre.
A moça, mais desesperada ainda, voou para uma árvore oca, onde passou a viver. Tinha se transformado no urutau.
E desde então, quando a lua nasce, o urutau grita e seu grito parece dizer: “foi, foi, foi, foi”...

BASEADO EM “HISTÓRIAS E LENDAS DO BRASIL” – ED. APEL



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