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BIODIESEL
(louis thomas)

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BIODIESEL

Louis Thomas

A partir deste 1º de janeiro, por determinação governamental, será adicionado um percentual de 2% (dois por cento) em todo o óleo diesel consumido no País, o que equivale a cerca de 800 milhões de litros, aproximadamente.

Segundo informações da grande imprensa, tal montante virá principalmente em forma de óleo de soja, já que há um mês atrás, aproximadamente, a Petrobrás arrematou em leilões realizados quase 400 milhões de litros, o que, em tese, garante o adicionamento no primeiro semestre de 2008.

Se por um lado tal adição permite uma economia em divisas para o País, já que parte do óleo diesel consumido ainda é importada, face às necessidades de consumo e à qualidade de nosso petróleo (mais pesado),a mesma traz algumas preocupações.

Por se tratar de um produto final obtido através de uma oleaginosa largamente consumida nos mercados nacional e internacional, para a geração de proteína animal e fonte principal de alimentação para produtores agropecuários em muitas nações, tal processo leva-nos a uma comparação com o que vem ocorrendo em relação ao milho, nos Estados Unidos. Como sabemos, o etanol lá produzido vem se dando quase que totalmente por conta desta matriz agrícola, o que provocou a elevação de seus preços não só no solo americano, como em muitas outras nações dependentes dos grãos amarelados, com reflexos nos preços de alguns alimentos em geral, nos índices inflacionários, na renda de algumas populações e até em convulsões sociais no vizinho México (grande consumidor de milho e seus derivados).

Alguns rebatem que o óleo de soja representa tão somente 18% ou um pouco mais do que é obtido com a planta, já que o restante fica reservado para o farelo de soja, largamente utilizado na alimentação animal e cotado internacionalmente pela Bolsa de Chicago. Mas ainda é preocupante, pois quando se utiliza uma fonte alimentar para produção de combustível, devemos ficar alertas.

Já que a extração do óleo da soja é em percentual tão baixo, em comparação com outras plantas, como a mamona, pinhão-manso, girassol, etc., por que insistir na sua utilização? A indústria de óleo e algumas autoridades governamentais alegam que é o único produto atualmente disponível, para utilização imediata e em quantidades compatíveis com a determinação legal, ao passo que as demais ainda não conseguiram produção em escala suficiente.

Então, se pergunta também porque o programa de adição do biodiesel foi tão aceleradamente implantado, com esta data inicial de 1º de janeiro de 2008, se o País ainda não dispunha de insumos agrícolas suficientes para a produção do óleo necessário? Dá-nos a impressão de mais um caso de falta de gerenciamento governamental, o que se confirma com a ocupação desenfreada de muitos cargos públicos em que a carteirinha do partido conta mais do que o currículo profissional e escolar...

Também não se menciona a utilização do sebo de boi para a obtenção do biodiesel de origem animal, um subproduto abundante, barato, pouco explorado, com grandes frigoríficos espalhados por vastas regiões do País, notadamente nos Estados detentores dos maiores rebanhos bovinos e que com a tecnologia já existente, podem produzir quantidades crescentes de biodiesel, sem se utilizar fontes alimentares, como a soja.

Onde estavam os Ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Econômico que não mapearam tais frigoríficos e ofereceram plantas de produção de biodiesel animal, com suporte financeiro do BNDES, se necessário?

É certo que um dos principais objetivos do programa é o incremento da agricultura familiar, com a disseminação do plantio da mamona, pinhão-manso, palma e outras lavouras, em pequenas propriedades, ao redor de uma usina produtora de biodiesel, que se encarrega da compra de toda a produção. Mas este programa pode e deve ser desenvolvido ao lado de outros projetos de obtenção do produto,já que a sua adição, já testado, no óleo diesel, pode chegar até mais de 5%(cinco por cento), meta para mais uns anos, e que hoje antecipada, exigira uma produção de mais de 2 bilhões de litros de biodiesel.

Na verdade, o planejamento de ações governamentais, que tanto influenciam a vida das pessoas no País, não pode ser confiado aos amadores de plantão...



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