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carmem, uma briografia
(ruy castro)

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UM LIVRO POR VEZ -alcir santos- Ruy Castro, no alentado CARMEM, UMA BIOGRAFIA (Companhia das Letras, 2005), prova e afasta possíveis dúvidas: o “show business” brasileiro atingiu o seu ápice na primeira metade do século XX com a multiartista, nascida em Portugal, filha de barbeiro e lavadeira, Maria do Carmo Miranda da Cunha ou, simplesmente, Carmem Miranda. Cantora, dançarina e atriz, a “Pequena Notável”, após fulgurante carreira no eixo Brasil/Argentina, conquistou o difícil mercado americano e ali reinou de 1939 até sua morte em 1955. Com destacada presença nas principais casas da Itália, Suécia e França, tornou-se, por certo, a nossa maior estrela, em todos os tempos. O livro é o resultado de uma cuidadosa pesquisa documental, bibliográfica e incontáveis horas de entrevistas. O autor nos oferece um trabalho que transcende a figura da biografada, graças ao belo painel do mundo artístico, político e econômico nos anos 30 a 50, no Brasil e nos Estados Unidos. De uma generosidade ilimitada, Carmem carregou consigo e ajudou a projetar uma das mais ricas gerações de autores e compositores de toda a nossa história: figuras como Assis Valente, Almirante, Braguinha, Caymmi, Synval Silva, Custódio Mesquita e Ary Barroso. Num momento em que as estrelas eram Francisco Alves, Sylvio Caldas, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Aracy de Almeida, além de ícones como Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, Noel Rosa e Donga, Carmem se impôs como a grande “dame” e, ainda, ajudou a alavancar a carreira da irmã Aurora. Não só isso. Nos Estados Unidos, para onde foi em 1939, atuou ao lado de ídolos consagrados como Cole Porter, Harry James, Cesar Romero, Marlene Dietrich, Sonja Heine, Duke Ellington, Bing Crosby e o iniciante Frank Sinatra. A par do “glamour”, dos ambientes freqüentados e das personalidades que a cercavam Carmem teve de enfrentar o outro lado do conto de fadas, triturada pela máquina empresarial, com inúmeros contratos a cumprir num exíguo espaço de tempo, a ponto de fazer, no Chicago Theatre, dez shows por dia ou, pior ainda, se apresentar, noite após noite, na “Caravana Hadacol”, em 43 cidades do Sul e do Meio-Oeste dos Estados Unidos. Era preciso sobreviver em Holywood, a cidade do medo, todos se agarrando a seus empregos. O resultado não poderia ser outro. Todo mundo bebia demais; ninguém dormia ou acordava sem as cápsulas de Seconal, Benzedrine, Dexedrine etc.O final foi o mesmo de tantos outros, como Elvis, Marilyn, Ella Fitzgerald, Elis. O organismo não suportou, o coração parou e Carmem morreu sozinha no seu quarto. Ante o que parece ser um estranho desígnio dessas pessoas especiais, sou compelido a cogitar que os deuses ao dotá-las de talento e sorte também as amaldiçoa. Daí o alto e amargo preço que pagam. O certo é que, se nunca existiu uma mulher como Gilda, também nunca houve ser igual a Carmem.



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