Resumo de A tecitura textual na Educação de Jovens e Adultos

A tecitura textual na Educação de Jovens e Adultos

Pensar a Educação de Jovens e adultos é pensar a diferença, a diversidade, a angústia e a exclusão. Nesse contexto, a produção textual desenvolve relevante papel na desconstrução do ser marcado pela invisibilidade social, pelas injustiças, pela negação, pelo subjulgo e, conseqüentemente pela baixa estima.
Neste cenário, muito mais importante que a reflexão sobre o funcionamento da língua é a percepção do emaranhado de teias que um texto possui. O tecer textual na medida em que o percebemos como algo que permeia nossas vidas e não um amontoado de substantivos, adjetivos, verbos... toma uma amplitude que transpassa a sala de aula, os portões da escola, insere-se em um mundo de realizações, um mundo onde além de necessário é permitido invadir-se, revelar-se, desnudar-se e a todo o inquietamento.
O texto, embora às vezes usado por alguns, não é um instrumento de tortura e sofreguidão, mas de liberdade plena, em tudo há texto, na matemática, no apito do juiz ao marcar uma falta, um pênalti, um gol, em um olhar, nos causos que contamos e ouvimos, nas piadas da esquina ou da hora do café, em nosso trabalho, em nossas preces, em nossos lares, o texto está em nós, somos todos TEXTO, incompleto, inacabado, como todos os outros textos, em construção, está preso em nós, basta abrirmo-nos para que ele voe tão alto quanto os Patativas que ainda cantam e encantam o Sertão.
Ao pensarmos nossos “quefazer” devemos ter clareza de um dos mais belos objetivos da Educação de Jovens e adultos: educar para a vida toda, pois a partir daí a produção textual não pode ser tratada erroneamente como mero instrumento para medir nossa erudição, ou domínio da Norma, não pode ser tratada como mais uma disciplina, é preciso adequar a rotina do currículo escolar à identidade cultural e também o contrário, é necessário, acolher, promoVENDO a inclusão, a liberdade, a construção de nossos jovens, chefes de família, avós, bisavós, edificar e solidificar o conhecimento a partir da junção de idéias, trazer as diversas leituras, os diversos reconhecimentos e, neste momento, a figura do professor, a quem creditamos ser um importante facilitaDOR, no sentido em que administrará o acesso a um mundo novo, mais dinâmico, mais inteligível. É necessária a sensibilidade para perceber que o aluno, ao interagir com o texto e seus contextos, não apenas emite uma opinião ou seu julgamento, mas inicia a sua tecitura, deixa de ser presa e assume-se aranha, ser construtor que transitará e se auto defenderá em suas teias.

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