Os Últimos Paraísos do Homem
(Circulo de Leitores)
Os Calapalos
Formando manchas brancas no mapa do Brasil, existem ainda zonas inexploradas nas enormes florestas do amazonas e das nascentes. Esta região abrange 6,5 milhões de quilómetros quadrados e é habitada por cerca de 90.000 indios.Os rios estão cheios de caimões e piranhas, a anaconda é venerada por algumas tribos e as borboletas e os colibris são considerados de bom argúrio.Os indios dependem do rio Xingu tanto pela floresta como pela água pois provêm ás suas necessidades vitais, através da pesca, da caça e do cultivo da mandioca.Os meios de transporte mais importantes, nos rios do mato grosso, são a piroga e a canoa de casca de árvore. A vida familiar dos indigenas é harmoniosa, entre eles não existem situações embaraçosas em matéria de explicações, visto que as crianças nascem á frente dos irmãos. Quando de um parto a mãe acocora-se no chão e o pai corta com os dentes o cordão umbilical.O espaço vital dos xingus - grupo de tribos indias - localiza-se junto ao rio xingu, na região do amazonas. O modo de vida destes indios nas enormes florestas do Brasil mal se modificou desde que há 15.000 anos para aquí migraram, vindos da América do Norte..Na região do rio xingu, vivem em aldeias de cerca de 100 habitantes, cerca de 90.000 indios. - Até á pouco tempo quase virgens de influências modernas, adaptaram-se harmoniosamente áquele ambiente inóspito. Além da pesca e da caça, dedicam-se á agricultura, cultivando o milho, o algodão, o tabaco e a mandioca. Quando ao fim de dois anos se esgota a fertlidade da serra, conquistam pelo fogo novo solo arável. Abatem as árvores, frequentemente ainda com machados de pedra e procedem em seguida á queimada da superficie. As cinzas servem de fertilizante. Os indios descobriram a importância da floresta como fornecedora de drogas, estupefacientes e medicamentos de origem vegetal. Uma beberagem obtida por fermentação da flor-da-paixão teria a mesma acção anticonceptiva de alguns preparados quimicos modernos. Obtém-se sal fervendo em água cinzas de jacintos-aquáticos e deixando reduzir a fervura a um pó cristalino e branco com o aspecto do sal comum mas mais amargo. O curare com que se envenenam as pontas das setas, é extraído de várias espécies de estricnica. Este veneno actua sobre os músculos respiratórios, paralizando-os.Os calapalos, dormem em redes, é desse modo que se protegem, durante a noite das aranhas e dos escorpiões. Em pequenos, as raparigas deitam-se junto da mãe e os rapazes junto dos pai. Considera-se contraído um matrimónio no momento em que a rede de uma mulher é atada sob a de um homem. Para simbolizar o divórcio, a mulher retira a rede e parte com ela. A pintura do rosto das raparigas e das mulheres é menos vistosa e colorida do que a dos homens. Antes de uma festa, os homens levam horas a pintar o corpo e o rosto. O penteado também é particularmente importante, untam o cabelo com uma pasta de urucu e óleo de pequí bastante espessa e enfeitam-no artisticamente. As sombras negras feitas com carvão em volta dos olhos têm por fim dar-jhes o aspecto de demónios e assim assustarem os espiritos.As habitações têm secção horizontal quase eliptica. A abóbada em forma de colmeia e coberta de folhas de palmeira é sustentada por sólidos esteios.Nas festas tocam a flauta uruí -a flauta jacaí permanece oculta das mulheres da tribo. Como as canas de bambu silvestres se encontram na parte superior, cortam dois segmentos da mesma espessura e encaixam-nos um no outro em cone, com a juda de pez e cera, de modo que a flauta fique com o mesmo diâmetro em todo o comprimento. Atam sempre uma flauta comprida a outra mais curta. Os indios auxiliam-se mútuamente nas pinturas para a festa. A maior parte dos ornamentos simbolizam os animais e a sua força. O simbolo de todos os «kwarups», festas anuais que constituem representações do mito indio da criação, são os postes funerários. Cortam cuidadosamente em forma de cilindro a casca de uma arvore e recobrem a fita côncavo e lisa assim obtida com barro branco. Sobre a massa mole, imprimem linhas com bocados de palha direitos e secos. Agumas das superficies geométricas são então pintadas com a tinta preta de genipapo ou com tinta vermelha de urucu para simbolizarem os rostos dos mortos. Comtinua.....
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