http://hbswk.hbs.edu/item/4834.html
()
“Microsoft vs. Open
Source: who will win?”
A disputa do mercado entre a Microsoft e o Open Source
tem-se verificado nestes últimos anos, mas uma questão se coloca, quem irá
ganhar essa luta, poderá o Open Source deslocar a Microsoft da liderança de
mercado. Para a resolução desta questão, dois professores da Harvard Business School, Pankaj Ghemawat e Ramon Casadesus-Masanell são os autores de um trabalho académico, Dynamic Mixed Duopoly: A Model Motivated by
Linux vs. Windows, que estuda a relação entre a Microsoft e o Open Source, explorando
a competição existente entre ambos por cada segmento de mercado dos sistemas
operativos.
O trabalho académico de Pankaj Ghemawat e Ramon
Casadesus-Masanell aborda a competição entre a Microsoft e o Open Source com um modelo matemático no qual testam a
capacidade do Linux, com o seu custo de compra para os seus clientes a zero,
conseguir ultrapassar um competidor como a Microsoft que com os seus produtos
tem o objectivo de maximizar o seu lucro. Com estes dados o modelo criado pelos
dois professores tenta encontrar quais são as condições necessárias para o
sucesso do Open Source, colocando-se várias questões: será por o Linux permitir
que os seus utilizadores modificarem o seu código é o suficiente forte para
ganhar ou a aquisição por parte de grandes empresas e governos irá proporcionar
um equilíbrio a longo prazo.
O estudo conclui que sem as
assimetrias de preço entre o Open Source e a Microsoft, e a vantagem inicial da
Microsoft ter uma grande base instalada, o Linux nunca deslocará a Microsoft da
sua posição de líder de mercado, apesar de ter um desenho melhor, um ciclo de
desenvolvimento mais curto e um valor potencial diferencial, não é o suficiente
para o Linux ganhar a batalha contra o Windows.
Segundo os autores do trabalho académico, as condições
necessárias para o Linux forçar a saída do Windows da liderança, seria
necessário duas alterações no modelo. A primeira, o efeito da estratégia de grandes
empresas e governos (ver Anexo 1 para Governos que promovem o Linux) desenvolverem
o Linux nas suas organizações, o que seria normal uma vez que os governos
procuram o Linux por ter o seu código fonte aberto, permitindo verificar a
segurança dos dados sensíveis e verificar quem tem acesso aos dados numa rede.
Esta estratégia do Open Source fez com que a Microsoft decidisse por
disponibilizar alguns pedaços do seu código fonte aos governos.
A segunda condição para o sucesso é a assimetria dos
preços. A estrutura de custos do Windows e do Linux para o desenvolvimento, a
distribuição e suporte do software coincide, mas como o Windows consegue
sobreviver a longo prazo com o desenvolvimento rápido do Linux através da fácil
aprendizagem se houver custos assimétricos. Logo, quanto maior seja a diferença
entre os custos do Linux e o Windows, implica que a Microsoft baixos lucros,
diminuindo a capacidade da Microsoft de garantir a sobrevivência o Windows.
Segundo o estudo, a Microsoft utiliza a estratégia da
pirataria de modo a aumentar a sua base instalada, ou seja, a Microsoft
beneficia do software pirateado que tenha sido adquirido por quem não possa
comprar por ser demasiado caro, uma vez que não influenciará as vendas, mas
permitirá alargar a base de utilizadores do Windows tendo como consequência
para a Microsoft o acrescentar valor ao seu produto, permitindo isso no futuro
proporcionar preços mais altos. Por outro lado, o crescimento da base de
utilizadores do Windows faz com que o Linux não tenha muito por onde crescer e
não sendo tão atractivo para os utilizadores. Nos países onde há uma maior taxa
de pirataria (ver Anexo 2), verifica-se um maior desinteresse pelo Open Source,
assim a pirataria pode resultar em lucros mais altos para a Microsoft.
Outra estratégia da Microsoft é incutir aos futuros
compradores de um sistema operativo o medo, a incerteza e a dúvida, estratégia
que não faz com que a Microsoft aumente os seus lucros, mas influência os
futuros compradores dando a percepção dos riscos de comprar algo que não seja
um produto da Microsoft.
O estudo também realça o impacto do Open Source para o
bem-estar da sociedade, concluído que um “duopoly”
do Windows e Linux seria mais benéfico do que um monopólio da Microsoft. Com um
“duopoly”, ou seja, um monopólio do Windows
e do Linux, proporcionaria aos utilizadores comuns e às organizações preços
mais baixos, proporcionaria um desenvolvimento rápido e a exploração do
potencial de cada um dos sistemas devido á competição entre eles. Por outro
lado a existência de um monopólio o desenvolvimento é dirigido apenas a um
sistema, considerando o monopólio do Linux favorável ao monopólio do Windows.
Em conclusão, apesar das maiores vantagens que o Linux
apresenta em relação á Microsoft, não é suficiente para atingir uma posição de
topo no mercado de sistemas operativos, pois a grande vantagem da Microsoft é a
sua alargada base instalada. Quando o Linux apareceu já a Microsoft dominava o
mercado, bastando apenas calcular os preços que estrategicamente cria os lucros
e não permite-se o crescimento dos seus concorrentes. Para além disto, o efeito
da pirataria de software permite acrescentar mais valor ao Windows aumentando
ainda mais a sua base instalada tornando insuficiente a estratégia do Open
Source de ser promovida por grandes empresas e governos bem como a assimetria
de preços. Sem o aparecimento de um novo factor com que a Microsoft não poderá
lutar, o Open Source não deslocará a Microsoft da posição de líder de mercado.
Resumos Relacionados
- Windon'ts
- Linux Kernel Development (2nd Edition)
- Microsoft Anuncia Suporte Ao Xp Até Abril De 2009
- Http://superbloggertemtudo.blogspot.com/
- Antivirus Download: Microsoft Security Essentials 2
|
|