BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


O que é Educação.
(BRANDÃO; Carlos Rodrigues. O que é educação? 19 ed. São Paulo: Brasiliense; 1987.)

Publicidade
O texto possui linguagem simples e é bastante didático, como, aliás, a maioria dos livros desta série, visto que em essência deveriam descrever e definir determinados temas, portanto mais interessante que o seja de forma bastante concisa e clara. No que diz respeito a uma definição do termo o autor especifica com o sentido de endoculturação, por isso cita que ninguém espaça da educação, logo na primeira página, no caso pelo fato de que a educação acontecer a todo instante e a todas as pessoas, pois que o ser humano está constantemente apreendendo alguma coisa. Por isso mesmo então o sentido de que a educação não pode ter uma forma única, nem existir um único modelo de educação, no caso a educação vai variar de acordo com a cultura de cada sociedade ou grupo social.
Isto pode ser evidenciado também no que o autor cita logo adiante quando diz do papel da família e da comunidade na educação, no que se refere ao fato de acontecer a todo instante e não depender apenas de uma instituição de ensino, no caso a escola.
Há em todo o texto, a partir desta definição, uma rápida e resumida historicização das formas de educação, passando pela forma de educar para a vida das aldeias, com seu processo de aprendizagem centrado na relação com a família e na comunidade, onde o autor cita do caráter de troca de relações de poder na educação, e revê o contexto de que q educação seria uma fração da experiência endoculturativa.
Quando então o autor cita o surgimento das escolas a educação então começaria, segundo ele, a exercer função política, divide-se o ensino em categorias de acordo com as classes sociais, onde a educação seria direcionada estrategicamente para manter essas castas sociais, ao escravo uma lição, ao nobre outra. “É quando, entre outras categorias de especialidades sociais, aparecem as de saber e de ensinar a saber” (p. 27). Seria o momento da história onde a educação passa a ser o ensino.
Também no ensino grego a educação serviria para especificar e segregar ainda mais as classes, onde havia então duas formas de ensino, um para quem teria o poder e outras para quem teria que continuar sendo dominado. E o autor segue toda a historicização da educação reforçando essa sua teoria, de que a educação serviria apenas para reafirmar a desigualdade, diferente do que se propunha a ser, pois que sua idealização seria a de que sirva para o enobrecimento dos homens a fim de torná-los todos iguais, mas o autor parece descrente deste fator.
Sendo um tanto mais ácida, pessoalmente cito que no decorrer do texto fui me cansando, esta seria a expressão mais acertada, cansaço, sempre me remetendo a quem sabe um discurso de “movimento estudantil revoltadinho”, achando que todas as mazelas do mundo são originadas do capitalismo e sempre batendo na tecla marxista de opressor X oprimido.
Não que certamente a educação em determinadas passagens da história não tenha servido para esse fim, o de manter classes sociais, como muito bem especificado pelo autor em sua historicização, mas são justamente seus comentários passionais que acabam sendo cansativos. Teria sido ótimo ler esse livro na década de setenta, em processo de revolta com a ditadura, mas em tempos atuais onde as pessoas se consideram muito livres e autônomas a estória de “abaixo o imperialismo e a dominação cega” parece tema ultrapassado, principalmente com todo um embasamento marxista, mais cansativo impossível. Quem sabe o autor poderia ter sido um tanto imparcial e ter narrado os fatos históricos de forma melhor.
Apesar da parcialidade e da sua descrença no que o autor citaria como melhor futuro para a educação, o texto é bastante interessante nas relações que faz entre um processo de educação e outro ao longo da história.
A respeito de uma definição propriamente dita o autor em verdade apenas incita uma pesquisa por parte do leitor, neste ponto é vitorioso se essa era a intenção, como o texto acaba sendo superficial, no sentido de definir o tema, acaba incitando a leitura de outros textos que abordem questões parecidas. Mas basicamente apreende-se a idéia de que educação é o processo de ensino/aprendizagem, pois que mesmo sem o ensino formalizado existe educação e ensino no citado processo de endoculturação, sempre alguém aprendendo algo com outra pessoa.
E concluindo o autor fala de a educação só teria esperança se fosse feita direcionada para cada sociedade, cada grupo aprender apenas o que é de seu interesse, por exemplo, ir a uma comunidade ribeirinha e levar em conta apenas suas características no processo de ensino, então o autor estaria sendo paradoxal pois antes cita do papel social da educação, educação como prática social, e se fossemos seguir seu conselho acredito que a segregação ao aumentaria.
Essa estória de formas próprias de saber seria manter uma comunidade ribeirinha ignorante dentro da sociedade maior onde vive, o país no caso, pois que acredito que todo ser humano deve ter contato além de coisas específicas de sua comunidade, algumas coisas universais, como a ciência, a história, enfim algumas dentre essas coisas que servem para aumentar o senso crítico e acabar com a ingenuidade do ser humano.



Resumos Relacionados


- Educação Brasil

- A Educação à Luz Da Teoria Weberiana

- Escola E Democracia (polemicas De Nosso Tempo) Um Resumo Cuidadoso

- A Reforma De Estado Brasileiro: A GestÃo Da EducaÇÃo E Da Escola

- Planejamento No Ensino Superior: Uma DeficiÊncia Do



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia