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Os Últimos Paraísos do Homem
(Circulo de Leitores)

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Os Calapalos (II parte) À minha frente estendia-se o «Lago da Felicidade». Devido ao ligeiro vento que se levantara a água geralmente limpa da laguna tingira-se de castanho barrento, cor das cabanas em forma de colmeia, dos campos da aldeia e da vasta savana, No horizonte, o Sol mergulhava num véu de neblina, anunciando ao velho xamane a grande chuva. Mal destinguia ainda a sua figura direita recortada em sombria silhueta sobre a margem do lago. Fazia soar o «wuri-wuri», numa vara flexivel de três metros de comprimento para, com este som lúgubre que ora se avolumava ora diminuía, fazer regressar as almas dos peixes que tinham partido. Sobre o lago boiavam ainda os «kawrups», os postes funerários que lentamente se iriam embebendo de água até repousarem no fundo, ao mesmo tempo, que as almas dos mortos, passando pela Via Lactea, entravam no Paraíso. Foram estas as derradeiras imagens que retive dos indios Calapalos do rio Xingu. Na região meridional das nascentes do Amazonas, em plena floresta virgem do Mato Grosso, situa-se um dos últimos paraísos. Com 22 000 quilómetros quadrados de área, o Parque Nacional Xingu localiza-se a 1 500 quilómetros do Rio de Janeiro e a 500 quilómetros a noroeste da capital Brasilia. Gosa da fama de ser um paraíso para os aborígenes do Brasil. Pude assistir a uma festa «kwarups» em honra dos membros falecidos da tribo dos Calapalos. Tinham sido convidados para esta festa todas as tribos que, formando uma unidade cultural, se agrupal sob a designação geral de Xingus; Camaiurá, Guara, Jawalapiti, Mehinacu. Todos aceitaram o convite. Os chefes das diversas tribos sentaram-se defronte das casas dos homens. Os seus corpos castanhos-avermelhados reluziam, ornamentados com tinta vermelha de urucu, que usavam misturada com óleo fortemente aromático de pequi. Muito antes de se enfeitarem com esta pasta para as grandes festas, os indios tinham já reconhecido as suas virtudes protectoras contra as picadas dos insectos e a agradável frescura que empresta á pele quando dos grandes calores. Além de elemento importante da vida diária, tem também significado religioso - afasta as forças maléficas. Se na altura da chegada das outras tribos a aldeia se assemelhara a um mercado colorido e barulhento, mergulhava agora em silêncio na expectiva do «huka-huka». Recordei o dia anterior, o primeiro da festa «kwarups». O claro Sol da manhã irrompera através do tecto de folhas de buruti e de bacabeira. A aldeia começou lentamente a agitar-se. Algumas mulheres jovens desceram a correr a estreita vereda que conduzia ao lago para procederem ás suas abluções matinais na água quente da laguna. Trajavam simplesmente o «uluri» sua única peça de vestuário. Consiste num pequeno trângulo de casca de árvore preso á volta da cintura por cordões feitos com fibras de buriti, indica simbólicamente a sua maturidade e só pode ser usado após o tempo de preparação em clausura que se segue á puberdade. Antes do Sol se tornar excessivamente quente, partiram para a floresta para os campos a desenterrar raizes de mandioca - principal alimento dos indio - do tamanho de braços.***continua........*****



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