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A Fecundação como estrutura Básica da Família
(Henrique Martires)

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No momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo, o milagre da vida surge em todo o seu esplendor, no sentido próprio do termo, ou seja, naquilo que traduz a excelência e magnificência do acto de viver.O património genético recebido dos dois progenitores vai-se fundir numa dança biológica frenética que anuncia o mais fantástico acontecimento que a inspiração pode descrever – o desabrochar dum ser em direcção à lenta e difícil caminhada para a independência e autonomia – o surgimento dum indivíduo vivo.Nesta minúscula centelha de vida, a essência da criatura no seu mais pleno potencial, capaz de crescer e de alargar os seus reduzidos horizontes amnióticos à evidência dum ser total, capaz de se organizar e de se constituir em função dos diferentes estímulos que o incitam progressivamente à completude, vai estabelecer-se aquele que um dia será o arquitecto do seu próprio destino.Este edifício tanto pode ser erigido em fundações estáveis, capaz de o motivar à vida e à existência, como também ser construído numa base movediça que o desencoraja e destrói o desejo inato de continuar vida que lhe é imposta a despeito dele mesmo.Neste claustro líquido de silêncio e penumbra, anuncia-se uma admirável composição estética, arquitectada na mais esmerada configuração biológica. A essência do existir como património da humanidade, é construída a partir destes corpúsculos celulares, ainda que indiferenciados. Estes minúsculos organismos, vão-se conjugar numa coordenação simbiótica, fusional e metódica, para dar forma, num entrelaçar elaborado e complexo, à mais perfeita obra-prima da natureza – o ser humano.A perseverança na vontade implícita e instintiva de continuar até à plena existência, até chegar ao regaço universal que o espera e o acolhe, o impele inexoravelmente até ao epílogo da peça que timidamente começa a representar. Esta é a herança de todo o sujeito como significante, como entidade dum nome, dum verbo e dum atributo, para que, num magnífico desenlace plausível e singelo, seja garante da continuidade da sua própria espécie.O resplendor da família, no seu sentido mais amplo tem como preâmbulo este momento precioso.Este adulto em perspectiva, terá de percorrer os caminhos mais tortuosos e inconcebíveis que o levarão implacavelmente rumo a uma pretendida liberdade que nunca verá a sua concretização plenamente conseguida. Uma vez liberto dessa clausura inevitável, e nascer enfim neste universo que o intimida, eis que ainda tem de trilhar prados nem sempre muito verdejantes, por vezes desertos cálidos e pedregosos, numa trajectória nem sempre rectilínea, confrontar-se algumas vezes com inimigos implacáveis, ávidos de sangue e lágrimas, capazes de o derrubar, de o desencorajar e até de o destruir.
Nessa escalada logarítmica da existência, passagem obrigatória pela fronteira do prazer de se perpetuar, vai ele mesmo um dia ser piloto do seu próprio destino na criação do mais elevado e digno mandato e na incumbência mais nobre atribuída a cada ser humano – formar a sua própria família.Mas as famílias não são geneticamente homogéneas. Num mesmo agregado familiar existem diferenças físicas, como a cor dos olhos, do cabelo e outras, e também diferenças de génio, de feitio e de personalidade. Isso se explica através do jogo produzido pela fusão cromossómica, no momento da fecundação que apresenta um resultado surpreendente: a transmissão do património hereditário de um ao outro parceiro adulto é o lugar da variedade genética.Esta característica faz com que, nos bastidores deste teatro que a natureza proporciona, a peça seja representada a cada gravidez dum modo absolutamente aleatório. Isso quer dizer que os genes responsáveis pelos traços físicos e de carácter dum indivíduo são transmitidos dum modo diferente cada vez que uma mãe fica grávida.Algumas características estabelecem esse momento da concepção como o início duma vida e como um marco definitivo no despontar de um ser diferente de todos os demais. Nos capítulos seguintes vamos estudar os critérios e as implicações que eles possam vir a ter na clarificação da eterna pergunta; afinal quando é que se pode dizer que a vida existe realmente?



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