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Broqueis
(Cruz e souza)

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É composto por 54 poemas, demarcados com a presença da cor branca
em variados jogos e matizes - seja a presença da luminosidade do luar,
da neblina; seja a presença da neve, das imagens vaporosas, dos
cristais, como no belíssimo ''Antífona'', poema de abertura da obra.''Ó Formas alvas, brancas, Formas clarasDe luares, de neves, de neblinas!...Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...Incensos dos turíbulos das aras...''A
partir de um dos sonetos do livro - Carnal e Místico, define-se a
dicotomia que será básica nesses poemas. A carne, a sensualidade e a
luxúria explodem com intensidade dramática em vários poemas.O
soneto é a forma poética mais cultivada em ''Broquéis'' - ainda um traço
parnasiano - mas a temática é inteiramente simbolista, bem como
determinados recursos verbais inequívocos: estilização de diferentes
apoios fonéticos, como a assonância, as aliterações, os cognatismos e
as sinestesias, criando assim um universo etéreo, delicado, musical.''Musselinosas como brumas diurnasdescem do ocaso as sombras harmoniosas,sombras veladas e musselinosaspara as profundas solidões noturnas.''A
carne, a sensualidade e luxúria explodem com intensidade dramática em
vários poemas. A lasciva da carne atrativa manifesta-se em ''Lésbia'':''...Lésbia nervosa, fascinante e doente,Cruel e demoníaca serpente.Das flamejantes atrações do gozo...''Como
revela este soneto, o transcendental de Cruz e Souza não se define
claramente. Não se trata do ''céu'' de nenhuma religião concreta. Sempre
vagas são as expressões que a ele se referem: naves do Infinito,
regiões tenuíssimas da bruma, mundos ignorados, vagos infinitos, branco
Sacrário das Saudades, Estrelas do Infinito, Azuis dos siderais
Empíreos, Azuis etéreos.Essa mesma indefinição vaga caracteriza as
referências reiteradas ao tema do sonho, bem como a redução freqüente
de tudo a ''quimera''.Os dilaceramentos paradoxais, a busca ansiosa
de uma realidade satisfatória, o confronto dos débitos carnais com as
aspirações místicas conduzem o poema a temáticas vigorosas, densas,
trágicas e dramáticas, atingindo até o grotesco. São explosões de vida
que se torturam na ânsia de realização, impedidas por barreiras,
convenções ou preconceitos. A própria seleção vocabular densifica esse
vigor dinâmico impresso nos versos: o poeta se refere a Satã como capro
e revel, com bizarros e lúbricos contornos e báquicos adornos. A
adjetivação carrega de particular intensidade dramática a realidade
enfocada, como em ''a torva Morte horrenda,/ atra, sinistra, gélida,
tremenda''. Ou então é a tortura eterna da expressão arística que
angustia o poeta:''Ah'' que eu não possa eternizar as doresnos bronzes e nos marmóreos eternos.''Broquéis
é um livro de poesia maior. O Simbolismo nele refulge na sua linguagem
colorida, exótica e vigorosa; na abstração vaga e diluída de toda a
materialidade; na imprecisa mas dominante tendência mística, envolvendo
todo um vocabulário litúrgico; na linguagem figurada, constantemente fórica,
de aliterações e sinestesias; na crescente musicalidade que emana de
seus versos. São poemas simbolistas, mas poemas carregados de
sentimento e de vivências vigorosas. Poemas que identificam a tortura
existencial do poeta, totalmente dedicado à criação poética.Se em
''Broquéis'' predominam os sonetos, integram ''Faróis'' menos sonetos e
mais poemas longos. Se no livro anterior já emergia a concepção
dramática da vida, em ''Faróis'' se intensifica esse senso trágico da
existência atingindo níveis de morbidez e satanismo. Conscientiza-se o
poeta cada vez mais do seu em paredamento. Avoluma-se sua angústia ante
o destino inclemente, como estabelece claramente ''Meu Filho'', um dos
raros poemas referentes à família:''Ah! Vida! Vida! Vida! Incendiada tragédia.Transfigurado Horror, Sonho transfigurado,Macabras contorções de lúgubre comédiaQue um cérebro de louco houvesse imaginado''.Pemas
como ''Pandda
Morte'', ''Inexorável'', ''Olhos de Sonho'', ''Litania dos Pobres'' constituem
alguns exemplos que acentuam os aspectos trágicos, macabros e mesmo
satânicos da existência, conduzindo a cenas e descrições dramáticas. O
poema final - ''Ébrios e cegos'' - sintetiza, em cores negras, esse
quadro trágico da existência:''Mas ah! Torpe matéria!Se as atritassem, como pedras brutas,Que chispas de misériaRomperiam de tais almas corruptas!.''



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