Memorial do Convento
(Jose Saramago)
A história começa
com o problema da sucessão portuguesa: o rei, D. João V não
tem herdeiros e
isso preocupa a corte e a população. Naturalmente todos culpam a
rainha pela
situação, já que o rei, sendo rei, tem uma vida sexual intensa,
tanto fora quanto
dentro dos limites de seu matrimônio. Aparece um frade
franciscano e
negocia com o rei uma gravidez da rainha: caso a rainha engravide,
D. João se obriga
a construir um convento em Mafra. Dito e feito. Assim que o
rei faz a
promessa de construir o convento, a rainha anuncia sua gravidez e dai
em diante não falha mais. É uma gravidez atrás
de outra. Por ocasião do entrudo
(carnaval da
época), as pessoas fartam-se e divertem-se para depois, na
quaresma, se auto
flagelarem em penitência. Nesse transe é que se encontram
Baltasar Mateus,
o sete-sóis, ex-soldado que perdeu a mão esquerda na guerra e
Blimunda, jovem
cristã-nova que tem o poder da vidência. Junto a eles também
aparece o Padre
Bartolomeu de Gusmão - o Padre brasileiro, inventor que viveu em
Portugal - e
juntos assistem a um auto-de-fé, cerimônia em que eram queimados os
condenados pela
santa Inquisição Católica. A partir dai a narrativa centra-se na
união entre Baltasar
e Blimunda e com o trabalho dos dois no auxilio ao padre
voador e sua
invenção, a passarola, máquina de voar já experimentada e em fase
de
aperfeiçoamento.
A construção do convento de Mafra segue passo
a passo com o aperfeiçoamento da
passarola;
inúmeras peripécias; fugas e andanças. O surgimento de vultos
históricos como o
músico italiano Domenico Scarlatti e o teatrólogo brasileiro
Antônio José, o
judeu. Com a sagração do convento por D. João V e com a execução
de Antônio José e
de Baltasar Mateus Sete-Sòis em um auto-de-fé, temos o término
da narrativa.
· CONCLUINDO
A construção do convento e a criação da
passarola são dois eventos que
corporificam a
idéia de que a História é feita pelas realizações e necessidades
coletivas do
homem, bem ao gosto marxista adotado pelo Autor em sua pregação e
atividade
politica. Na formulação de um libelo crítico da sociedade, Saramago
elege o rei D.
João V como paradigma de uma elite tola, vaidosa, ingênua e
superficial,
omitindo aquilo que o soberano também fez de positivo em sua vida,
notadamente no
clima cultural que despertou em Lisboa.
A descrição pormenorizada e repetitiva dos
autos-de-fé dá continuidade ao
anti-clericalismo
tão presente na literatura portuguesa desde o século passado é
a visão
predominantemente popular da ação inquisitorial confirma o terror que o
Santo Oficio
instaurava no seio da população e nas injustiças que cometia em
nome de uma
supostamente justa e santa fé cristã.
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