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Romantismo (Carta de amor)
(Rodriguez)

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Por vezes, debaixo da poeira solar que faz cintilar a poeira da terra, sinto sonhos cuja verosimilhança me arrepia. Já me vi num mundo semelhante a este, mas mais claro, onde era claramente infeliz. Cabisbaixo e solitário, vagueava por raízes de pedra, lavadas por minhas cristalinas lágrimas. Tinha sido alegre e feliz, sentia. O Oriente havia fugido de mim e eu calcorreava um espaço onde me olhavam com indiferença gelada. Meu coração sangrava. O meu Oriente mágico havia-se esfumado e eu era simplesmente uma sombra, um resto de lembranças…que faziam soluçar o meu peito perdido na réstia do passado, sempre o passado. As mãos ansiosas por veludo, os olhos vítreos e o rosto ebúrneo marcavam um compassar lento e moribundo. Minha imaginação vagueava, ondulando entre a dor presente e o calor ansioso do passado. Condenado, sem flores ou amores, sem um toque ameno e doce. A doçura partira, o sol que me abandonara… se Deus houvesse não me contemplaria naquela era sombria. Eu era o pó de uma estranha e gélida pradaria. Procurava eu sem dúvida a essência numa manhã suspensa, a razão da existência que hoje busco, que encontro e que me escapa, e me mata o não ser capaz de agarrá-la. Mergulho então cabisbaixo e sombrio nas profundezas de uma alma pesada que quer voar mas é de cera. E choro, choro seres o Sol que me queima e me atrai tanto. E sei que jamais deixarei de tentar voar. Irei buscar o Oriente ao sol quente dos teus difusos e mágicos cabelos. Assim é a minha derradeira missão: resgatar-te a ti aos astros e a mim às trevas soturnas de minha própria existência. Mesmo de olhar toldado por essa escuridão, contemplo sempre ao longe a candura que afaga a tua figura, e quero-a para mim. Procuro-a por entre recordações feitas de palavras de papel que um dia tornei tuas. Sinto o encantamento que murmura ao longe como um íman de pétalas rubras, o perfume morno das letras de papel… e o mel da tua voz levemente cansada, que me sussurra na distância. Ainda sinto a tua presença na ausência de outrora, lembras-te (?), quando a tua alma me visitava no silêncio nocturno, para me descansar e adormecer e embalar… (Lembro-me que adormecia contigo ao meu lado). Agora é tempo de voar até ao Sol outra vez. Sonho com o dia em que vou acordar, e tu estás ali. E em tuas lágrimas felizes me falas ao ouvido do coração: - Quero que voes comigo pela eternidade… Espero, sonho que não vou ter medo. Amo, na eternidade do sol, o meu Sol que és tu.



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