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HIBRIDISMO E FRONTEIRA
(nmcs)

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“Híbrido” do grego hybris , corresponde a uma mistura que violava as leis naturais. Para os gregos o termo correspondia à desmedida, ao ultrapassar das fronteiras, acto que exigia imediata punição. Híbrido é também o que participa de dois ou mais conjuntos, géneros ou estilos. Considera-se híbrida a composição de dois elementos diversos anomalamente reunidos para originar um terceiro elemento, que pode ter as características dos dois primeiros (reforçadas ou reduzidas).
O termo híbrido tem vindo a ser utilizado sobretudo pela crítica pós-moderna preferentemente aos termos mestiçagem ou sincretismo, uma vez que o termo mestiçagem estaria sobretudo associado à mistura de raças, no sentido de miscigenação, enquanto que o termo sincretismo estaria sobretudo associado à mistura de diferentes credos religiosos. Assim, hibridação seria a expressão mais apropriada quando queremos abarcar diversas mesclas interculturais.
A fronteira é o limite entre duas partes distintas, por exemplo, dois países, representando muito mais do que uma mera divisão e unificação de pontos diversos.
As fronteiras determinam a área territorial exacta de um Estado e a sua base física, podendo ser naturais, geométricas ou arbitrárias.
Num mundo saturado de fenómenos híbridos, que parecem desafiar e transgredir constantemente as fronteiras que a modernidade nos legou e a partir das quais nos habituámos a pensar a realidade, oposições como natureza/cultura, estado/sociedade civil, humano/não-humano, natural/artificial, erudito/popular, elite/massas, masculino/feminino, centro/periferia, ciência/arte fazem parte do vocabulário que nos foi legado e que nos permitiu a construção de categorias de visão e divisão do mundo e da sociedade. Mas isto não significa que o mundo da modernidade seja um mundo à medida destas formas de visão e divisão, uma vez que o mundo moderno sempre produziu seres e objectos híbridos, transgrediu as fronteiras expressas por dicotomias como as que foram mencionadas, mas acompanhou-as sempre por processos de purificação, que permitiam restituir os seres e objectos ao seu lugar próprio nessas dicotomias, assim como conter e normalizar uma transgressão que a própria existência de fronteiras e de separações encorajava.
A permeabilidade das fronteiras convencionais que separam os vários níveis de cultura, os géneros culturais, a ciência e a tecnologia, e ainda o emergir de fenómenos e objectos híbridos são das mais importantes manifestações das dinâmicas culturais no mundo contemporâneo. Essas dinâmicas desenvolvem-se numa área marcada pela tensão entre a globalização cultural e rearticulação local de configurações culturais, e têm dado lugar ao aparecimento e confrontação de diferentes formas de pensar a condição pós-moderna, opondo a celebração dessa condição à tentativa de construir um pensamento crítico pós-moderno, que permita explorar os novos territórios da cultura, as formas de associação e dissociação ligadas aos novos reportórios culturais e às configurações culturais emergentes e as suas implicações sociais e políticas.



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