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ELEIÇÕES NO BRASIL
(Paulo Ricardo Lakihazy)

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Não podemos considerar no Brasil que a época das eleições é a “festa da democracia”, pelo fato de ir votar ser uma obrigatoriedade. Você tem que esperar chegar os seus sessenta anos de idade para não ter mais essa obrigação de interromper seu dia de descanso – ou o seu dia de trabalho, pois alguns eleitores trabalham nos domingos – e exercer o seu direito democrático. Já que o voto é a única opção pacífica e correta do cidadão para tentar mudar para melhor algo em sua cidade, município ou país, que expectativas teríamos após os sessenta anos, já que a média de vida no Brasil é cerca de setenta? Nesse caso os constituintes acertaram. A grande maioria dos sessentões já dão as mudanças políticas como caso encerrado e esperam seu final de vida conformados. É essa piada sem graça que chamam de democracia, essa obrigação de ir votar. Tremenda hipocrisia. Nos anos de ditadura no país você não tinha obrigação de ir votar pra Presidente. Mas também nem precisava: os militares te poupavam dessa “coisa chata” que é ter que sair de casa num domingo só pra escolher o mero representante do seu país. Como eram gentis, os militares, pois eles mesmos escolhiam-no para que você não precisasse ter essa preocupação. Sem ironias, vamos ser justos: era uma ditadura eleitoral explícita.
Do jeito que as coisas estão, daqui a alguns anos o Tribunal Regional Eleitoral realizará concurso para uma função, cujo título poderá ser “fiscal de eleitor”, para fiscalizar os cidadãos que votam e ainda mais os que não votam. Com o lema SEU DIREITO DE VOTAR É UMA OBRIGAÇÃO, frase que inclusive seria impressa também nos crachás de identificação, que seria necessário, os fiscais verificariam os eleitores faltosos de determinadas zonas eleitorais, e faltando meia hora para o término iriam à residência dos mesmos para “lembrá-los dos seus direitos”:
- Pois não?
- Boa tarde. Gostaria de falar com o Sr.André Luís da Costa.
- Sou eu. O que o senhor deseja?
- Sou fiscal de eleitor – mostrando a identificação – e vim informá-lo de que o senhor ainda não votou.
- Sei disso – responde, irritado o eleitor, que àquela altura estava cortando a unha do dedão do pé e assistindo o Domingão do Faustão – a zona eleitoral é aqui em frente à minha casa e cinco minutos é o suficiente para que eu vote.
- Perfeitamente, senhor – continua o fiscal, formalmente – só estou querendo me certificar de que o senhor exercerá seu direito. SEU DIREITO DE VOTAR É A SUA OBRIGAÇÃO!, repete a frase tão difundida num comercial anterior à nova fase eleitoral que surgiria, inclusive impressa em seu crachá de identificação, para melhor memorizá-la, e dá meia-volta.
Creio que, futuramente, diante do desenvolvimento tecnológico e da inclusão digital, o TRE inovará. O eleitor poderá votar pela Internet! Imagine-se num churrasco dominical e o anfitrião, que logicamente possui um computador conectado a Internet, no meio da festa convoca seus convidados-eleitores a votar. E isso sem precisar sair do local onde estão sendo assadas saborosas picanhas! Basta acessar o site do TRE, digitar o número do título e em seguida aparecer uma outra página onde aparecerão as opções de candidatos. E já que o voto é secreto, o computador ficaria num quarto, os convidados entrariam um a um, votariam e de volta às fumegantes carnes e cervejas geladas! (ôps, esqueci que é lei seca nos dias de votação). Bem, lei seca é apenas um detalhe no nosso Brasil. Falando em detalhes, não se pode esquecer de colocar as caixinhas de som no computador para que surja o sonzinho característico das urnas eletrônicas, indicando confirmação do voto. Votar pela Internet terá inúmeras vantagens.Além de não precisar sair de casa, também poderemos nos livrar da inconveniente ação de boca-de-urna, que assim como a lei seca, é proibida, mas não devidamente combatida. O lado triste da tecnologia, nesse caso, são os hackers, gíria da informática para os invasores de sistemas e de computadores. Vai que um candidato contrata um hacker pra fazer boca-de-urna pra ele! Toda hora aparecendo na tela do seu computador, do nada, a mensagem: “VOTE EM FULANO, ELE QUER O MELHOR PARA VOCÊ!”. O pior é que, se alguém pode invadir um sistema pra fazer boca-de-urna, o que o impedirá de computar votos para determinado candidato? O Brasil poderia ter a honra de ser o primeiro país a realizar eleições cujos votos poderão ser feitos pela Internet. Mas também pagaria o mico mundial de ser o primeiro país a ter eleições com fraude eleitoral cibernética.



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