Livros na Cadeia
(Douglas Freitas)
É louvável a idéia de distribuir livros aos presos na cadeia. Além de ser um valioso passatempo, o livro é um hábil instrutor. Dá a quem lê uma capacidade de discernimento e avaliação do mundo que o cerca. No entanto, é infrutífero, a meu ver, querer limitar a leitura deles nos livros ditos bonzinhos, que não incitam à violência. Absurdo, porque tais livros hoje em dia não fazem sucesso. Pelo que vemos, fazem sucesso justamente os livros que incitam à vingança, como Harry Potter; e ao assassinato, como O Código Da Vinci. Esses livros estão ao alcance de qualquer criança. Por que seriam impróprios aos presos? Por que podem suscitar neles a violência? Violentos eles já são. Precisam de disciplina. Existe outro porém: qual critério será usado na seleção? Estação Carandiru é impróprio aos presos? Se o livro mostra justamente a condição em que vivem. Tem mais: quem estaria habilitado para selecionar tais livros? Haverá pessoas dispostas a separar os livros por assunto, voluntariamente? Não sei não. Bons livros de Agatha Christie despertam a imaginação. Leio-os todos e nunca tive vontade de praticar crime algum. Também não conheço ninguém que os leram que tiveram ou praticaram. Não existe livro que diga "faça isso", "não faça isso". O autor conta uma história, verdadeira ou não. O leitor sim, deve ter maturidade para filtrar o que lê. Aprender a grafia, a gramática, mais nada. Se a TV passa filmes violentos. Imagem fala mais que palavra. Presos os vêem nas cadeias. Por que proibir os livros?
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