Resumo de Alcalóides:Episódios históricos do século XIX em Portugal- Apresentação de dois projectos para o ES

História da Ciência; Alcalóides; Bernardino Gomes; Ferreira da Silva; Casca de quina; Caso Urbino de Freitas.
Um pouco por todo o mundo, determinadas substâncias foram adquirindo importância, não só pelas propriedades terapêuticas evidenciadas, mas também pela aceitação social ao longo dos tempos. Os alcalóides constituem um dos grupos de substâncias que, pelas suas características e enorme diversidade, mais influenciou o curso da história da Humanidade. Para tal, contribuiu o trabalho desenvolvido pela comunidade científica portuguesa, destacando-se sobretudo o médico Bernardino António Gomes (1768-1823) e o químico António Joaquim Ferreira da Silva (1853-1923).
No início do século XIX, Bernardino Gomes fez uma descoberta que imprimiu um novo alento ao estudo dos alcalóides da quina; ou seja, obteve o tão polémico cinchonino. No final do mesmo século, as investigações toxicológicas referentes ao famoso caso Urbino de Freitas, propiciaram o enriquecimento da química analítica através do trabalho desenvolvido por Ferreira da Silva. Apesar da relevância de tais contributos para o actual modo de vida da nossa sociedade, só muito raramente é feita qualquer referência a estes assuntos. Assim, um dos principais objectivos deste trabalho foi redescobrir estes episódios da história da química portuguesa na área dos alcalóides. Pretendeu-se conhecer as circunstâncias que motivaram e condicionaram o trabalho dos cientistas, as polémicas suscitadas e as respostas encontradas.
A complexidade e contemporaneidade deste período da história da ciência tornam legítima a sua utilização como estratégia de ensino. Com esta finalidade, foram elaboradas duas propostas de trabalho para serem aplicadas no Ensino Secundário na disciplina de Física e Química A. Recorre-se a episódios históricos na química dos alcalóides para contextualizar alguns conteúdos dos programas curriculares e também para promover a reflexão sobre a problemática relação dos indivíduos com estas substâncias. Desta forma, pretende-se divulgar o trabalho dos químicos portugueses e também suscitar o interesse e a participação activa dos alunos na preservação e renovação do património científico nacional.

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