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Hoje Não
(José Luis Peixoto)

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Dizem que está tudo inventado e que as gerações a partir dos anos noventa do século passado (ou seja do século XX) não têm carisma e se especializaram a reeditar, a copiar e a reviver o passado de uma forma desalmada, recompondo os sessenta, os setenta e os oitenta através de vinil, roupa e ambiências. Creio que José Luis Peixoto, nascido nos anos setenta e feito homem nos anos noventa, veio ajudar a criar algo de novo e que contradiz essa crítica. Não obstante o contacto privilegiado que este autor goza entre todas as gerações de grandes escritores Portugueses e eventualmente também Brasileiros, o que naturalmente se podem traduzir em influências, ele distingue-se dos seus congéneres por uma linguagem própria, um estilo actual, pelas ruas de Lisboa onde a juventude continua a criar habitats de sonhos que se tornam realidade.
Hoje Não sobrevive a um clima mais dramaturgo por onde o autor enveredou recentemente. Se bem que haja um aroma, uma vivência, que remonta em estilo aos anos em que o autor nasceu, onde as personagens são quase freaks numa Lisboa onde o cosmopolitismo está a desabrochar, há uma diferença abismal que caracteriza as gerações de hoje, no século XXI, onde o sonho já não é um poema, é antes escrito em prosa num blog especializado.
No conto maior, herdar um avião é uma ideia genial, que nem os fumos que são expelidos pelos pulmões das duas gerações (setenta e a de agora) de forma igual, podem criar. Herdar um avião só hoje pode acontecer. Nos anos setenta do século passado ninguém se lembraria de tal coisa.
A loucura das personagens é só assumida por uma delas no conto principal, pois é a única que tenta concretizar um sonho, acto louco dos perdidos. Afinal de contas as gerações encontram-se numa tentativa de legalização que já tem quase cinquenta anos. E a impossibilidade mantém-se pois a Companhia aérea vai à falência. Mas o sonho perdura e vence, chegando onde agora só de avião se pode chegar.
José Luis Peixoto é já traduzido em doze línguas e pertence a uma geração de escritores que negou a tradição que um escritor só pode editar depois dos quarenta. Será o novo mercado que dita as regras, mas fica no caso deste autor seria impossível manter essa regra pela qualidade da sua escrita e pelo imaginário que as suas palavras conseguem traduzir.



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