BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Viagens no Scriptorium
(Paul Auster)

Publicidade
Por vezes lembrei-me de Kafka, sempre inconsequente e esquizofrenicamente labiríntico. Mas depressa percebi como Auster é tão humano e aponta as nossas fragilidades não com um dedo acusador mas com um olhar sarcástico e um tom autocrítico sobre o ser americano. Para Auster o complexo dos americanos está nas suas origens. Inteligentemente mostra como até esvaziando a memória, o complexo da destruição dos indígenas no início da história dos Estados Unidos da América perdura psicologicamente como culpa na mente de um americano. Desconfio que dedica as suas “Viagens no Scriptorium” a um familiar da sua mulher, porventura, e perdoem-me a possível especulação, doente de Alzheimar. Estas viagens são essencialmente mentais, navegando por memórias que a personagem central, um indivíduo com cerca de 70 anos, acaba de perder e tem tudo para recuperar dentro de um quarto de onde não sabe ou não quer sair. Se por vezes lembrei-me de Kafka com K., o agrimensor tentando entrar num castelo lutando contra um poder abstracto, tenho que dar a analogia como distorcida, pois aqui há uma aparente desistência da personagem Central que, embora contrariado, acaba por aceitar um círculo de incerteza. O poder contra quem pensa lutar é ele próprio, outrora (ou ainda?) super potente. No final, a obra dobra-se e mostra o avesso que é ela própria. Um livro inteligente, sem happy-end, ao contrário do sonho americano. A continuar assim, tão europeiamente crítico da herança histórica dos americanos, este autor arrisca-se a receber um Nobel dos sociais nórdicos que o criaram.



Resumos Relacionados


- Viajente Solitário

- Paul Auster

- Dezesseis Luas

- A Trilogia De Nova York

- A Trilogia De Nova York



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia