Fidelidade
(Rosana Muniz de Medeiros)
FIDELIDADE
Amor não rima com mentiras, com infidelidade. Quem deseja manter uma união estável, entrega-se sem divisões. Segundo os mais antigos, esse seria um dos ingredientes básicos para se sustentar um relacionamento duradouro entre pessoas que se amam.
Na vida conjugal, sempre existiu uma maior condescendência para os homens que mantém relacionamentos amorosos extraconjugais. Culturalmente e socialmente sempre existiu e foi aceito, e mais uma vez me reporto à mentalidade machista, onde os homens detiveram para si esses direitos, ficando a cargo único e exclusivo da mulher o dever de preservar a moral, os bons princípios, a decência e a unidade da família, fazendo na maioria das vezes, vista grossa para todos os saltos de cercas do marido.
Com o passar dos tempos, a mulher começou a sua luta pela igualdade com o homem, e muitas, não só lutaram por uma boa posição no mercado de trabalho ou igualdade salarial não! Elas foram muito mais além, e encontraram meios de lutar pelos direitos de também manter relacionamentos amorosos e extraconjugais, e por que não?
Bem sabemos, que na atualidade, as oportunidades são as mesmas para homens e mulheres, até a título de experiência, essas mulheres desejavam saber se, se mantinham fiéis aos seus companheiros porque estes preenchiam todas as suas necessidades de fêmea e se o companheiro é aquele exemplar perfeito de macho ao qual ele próprio tem sido o divulgador de seus talentos, e a ela, mulher recatada e fiel, cabia apenas acreditar na propaganda do principal interessado, seu companheiro, sem ao menos dar-se o direito de testar ou confrontar com outro produto (parceiro).
Se, ser fiel a um pacto matrimonial e principalmente a si próprio satisfizer a todos os anseios e desejos femininos for uma realidade! Tudo bem que isso aconteça e perpetue, pois com toda certeza , esse continuará sendo o tempero mais que perfeito para a indissolubilidade da relação. Mas, quando essa fidelidade é unilateral e não passa de uma convenção social assumida no momento da cerimônia religiosa, onde o casal faz a troca de alianças com a famosa e conhecida frase: “Receba esta aliança como símbolo do meu amor e da minha fidelidade” dando desfecho a esse compromisso assumido frente a testemunhas. Porém, se, com o passar do tempo, essa não for mais à verdade de cada um. Deve-se ser fiel e infiel ao mesmo tempo? Trair-se com desejos sonhos e fantasias para não trair a um compromisso assumido quando ainda a paixão e o desejo ocupavam todos os espaços do Ser?
Segundo a lei da física, dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo. E se existi o desejo de realizar outras conquistas amorosas? É porque existem espaços a serem preenchidos, tanto nos aspectos sentimentais como nos aspectos sexuais ou mesmo em um ou outro. Mas que existem lacunas a preencher, com certeza existem.
Não canso de externar minha verdadeira admiração pelos homens nesse sentido. Uma vez desprovidos de preconceitos, cobranças, culpas e tabus. Os homens insatisfeitos, buscam preencher essas lacunas da melhor maneira possível, sem receios ou medos. Investem em conquistas, tentam ser feliz pelo menos momentaneamente e na maioria das vezes conseguem.
O termômetro para medir as necessidades afetivas e sexuais de cada um, não se compra em farmácias nem em outras casas comerciais, e mesmo que fosse criado, talvez não teria parâmetros individuais para todos.
Cada ser é único e como tal, cabe a ele a capacidade de sentir, medir e avaliar todas as suas necessidades, e procurar satisfazê-las da melhor forma possível, buscando uma condição de vida melhor. Essa é responsabilidade pessoal, a ninguém poderá ser delegado o poder ou obrigação de lhe tornar realizado, feliz e satisfeito! A não ser, você mesmo.
Bem sabemos que a traição ou infidelidade amorosa, só é sentida quando se tornam públicas, pelo simples fato da menos valia pessoal! Está-se sendo traída é porque não presta para uso. Isso chega a incomodar e muito! Machuca o ego de qualquer um. Tão forte é esse sentimento que observamos pessoas fingindo não ver o que todos vêem, que nada sabem, assim são privadas de tomar uma determinada postura frente à sociedade. Comportamento de acomodação e na maioria das vezes, levados por outros fatores.
Se, só a partir, do momento em que se torna por nós conhecida a infidelidade e que realmente nos sentimos traídos e enganados! Partimos do pressuposto de que o respeito devido ao relacionamento amoroso, está desvinculado da infidelidade e traição. Mas diretamente vinculado ao respeito de preservar no outro o constrangimento e o sentimento de menos valia no descobrir e tornar pública a traição.
Conheço mulheres que mantêm relacionamento extraconjugal há vários anos! E apesar de confessar que no quesito sexual seus companheiros não mais despertam interesses! Têm no casamento, uma visão de perfeita união, de companheirismo e de afeto mutuo. Mantêm sigilo absoluto para preservar sua reputação, filhos, marido e o próprio casamento. Levam uma vida comum e digna até pelo fato de se sentir satisfeita (fora do casamento). Com tudo, não sei se a isso, também poderíamos chamar de infidelidade e se assim chamamos, poderíamos perguntar: Infiel a quem?
A ilusão de se manter um casamento reconhecido como falido. Nos leva a compensar ou pelo menos, tentar uma compensação afetiva fora, a qual trará conseqüentemente uma satisfação que ultrapassem as batalhas advindas de uma convivência que se desgastou com o tempo e perdeu o seu encanto.
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