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Psicopatologia: clínicas de hoje
(Guilherme Messas)

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Psicopatologia: clínicas de hoje No capítulo "Uma perspectiva fenômeno-estrutural para a clínica atual: a análise fenômeno-estrutural de um caso de constelação alcoólica", o autor Guilherme Messas, psiquiatra e especialista em fenomenologia descreve, do ponto de vista fenômeno-estrutural, um caso de paciente alcoólatra. "A falta de motivação deve ser interpretada como um enfraquecimento do futuro estrutural, um empobrecimento da motivação por falta de apoio numa estrutura de futuro. O gosto pela vida é acessível ao paciente, ele sabe quais temas seriam capazes de motivá-lo, mas esse gosto não se mantém na consciência, não se perpetua nas atividades do dia-a-dia e não é competente em dinamizar a totalidade psíquica. Não se deve confundir este fenômeno com o depressivo, muito mais ligado ora ao predomínio do passado, ora à desvitalização da consciência." A motivação, explica o autor, é o ímpeto que desaloja a consciência de sua paz interior, causando-lhe uma ondulação, uma provocação que a retira da estabilidade e a atira no desconhecido, saindo da segurança do familiar rumo aos riscos contidos no horizonte, embalada por um sentimento de esperança. Na motivação, o objeto visado não está ao alcance imediato (ainda que possa estar); pode ser somente uma promessa, a aposta da afetividade em algo inexistente, o contrato de risco dos sentimentos com a vida. É diferente da melancolia que, vivida no presente, envolve-se numa atmosfera afetiva pesada e fixa e se define por uma emergência idéica de temas que já foram, vivências que já se efetivaram, não são mais atuais. Outra observação importante, sob um novo olhar clínico em relação ao alcoolismo, é a ausência de ansiedade no paciente. "Isoladamente, a ausência de ansiedade poderia ser avaliada como fator de boa evolução, como ausência de sintomas. Porém, como a ansiedade sustenta-se sobre uma dimensão de futuro, sua ausência evidencia a falta de perspectivas futuras. (...) Pelos mesmos motivos que somem motivação e projeto de vida, desvanece a ansiedade: há um adelgaçamento (enfraquecimento) do futuro estrutural." A falta de ansiedade e a desmotivação radical, portanto, são dois lados da mesma moeda. O paciente chega a ser tratado com psicofármaco, mas o aumento da motivação, resultado esperado contra o transtorno fundamental psicopatológico na ordem da estrutura temporal (dimensão de futuro) não se realiza. Os efeitos são estimulantes no sentido presente, como fontes de ansiedade em relação ao aqui e agora no relacionamento com outras pessoas e com o próprio psicoterapêuta - a quem não dava importância, e de quem passa a depender mais. Guilherme Messas assinala que tais fenômenos são constatáveis em perspectivas estática e dinâmica, mas estas observações são válidas apenas para o paciente estudado, não podem ser universalizadas  - embora possam servir de diretrizes para pesquisas de casos clínicos semelhantes. "Ou seja, quanto mais o transtorno ocorra no nível estrutural, mais as alterações fenomenológicas ficam a ele subordinadas, indicando uma maior gravidade e menor plasticidade às ações terapêuticas, psíquicas ou farmacológicas." (excerto de Psicopatologia: Clínicas de Hoje, 176 pgs., Via Lettera, São Paulo, SP, novembro/2006)



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