Perguntas e Respostas – Sexualidade
(Nicola de Martini)
O livro inicia-se com uma explanação do que seja o significado do sentimento amor, onde o autor mostra a diferença do amor caracol (amor egoísta), do amor flecha (aquele que deve ser vivido no intuito de fazer a outra pessoa feliz). Critica-se o sentimento instrumentalizado que antagoniza o amor, que é o desejo do bem, a construção de uma pessoa com o intuito de ajudar o outro a crescer, a construir-se. Esse amor é o viver, o sacrificar e o morrer por alguém, devendo passar por etapas que antecedem o casamento, ato sagrado, que são a atração física e o enamoramento, envolvidos por profunda maturidade e amizade entrelaçados num processo de sintonia total. O adolescente deve ser preparado por orientadores especializados, que o ensinem a remar contra a correnteza, ou seja, não atirar-se a experiências sexuais precoces, pois o ato sexual é um ato tão imenso que só pode ser realizado somente no matrimônio, em nenhum outro relacionamento anterior a este. Mas o que se vê nos dias de hoje é o rompimento desta aliança que é causada, segundo Nicola de Martini, pelas crises dos valores, falta de preparação, visão errada da sexualidade, falta de diálogo, imaturidade cristã e humana do casal e principalmente a cultura mundana atual. A pessoa não tem conhecimento de que a sexualidade é uma realidade que interessa à pessoa inteira e não apenas ao corpo. O ser humano deve possuir um eu com potencial de auto conhecimento e amadurecimento, com a capacidade de enxergar a sexualidade como um instrumento de comunicação e autocomunicação, exprimindo através dela comunhão entre o eu e o tu, aprofundando a comunhão interior do casal e dando aos filhos o dom da vida. Os filhos nunca devem ser vistos pelos pais como instrumento para satisfação pessoal ou de outrem, mas como um fim, ou seja, por ele mesmo. O livro critica a visão hedonística da sexualidade, e justifica como visão correta, a sexualidade sendo a inclinação do eu de entrar numa relação muito profunda com um tu-especial, através da doação de si mesmo e a aceitação do dom do outro: relação muito profunda que deve ser fecunda de amor e vida, sendo esta a mais equilibrada porque procura captar a sexualidade na sua essência, nas suas finalidades, nas suas conexões com a pessoa em questão, com seu parceiro, com os filhos, com a sociedade. Esta sexualidade dividida em níveis que envolvem as sexualidades físico genital, afetiva e espiritual unem-se formando uma só sexualidade, forte e indissolúvel. Martini diz que para se viver bem a sexualidade, deve-se conhecer bem a verdadeira liberdade, a verdadeira moral, cuja função é ter a capacidade de escolher o melhor para si, para os outros e para Deus. Na obra se especifica a moral como sendo tudo aquilo que está conforme a vontade de Deus, e imoral tudo o que não está de acordo com Sua vontade. A moral sexual é dirigida pela virtude da castidade, pois esta é justificada como sendo uma virtude que ajuda o ser humano a vivenciar de forma ordenada a própria sexualidade, sendo capaz de controlar seus instintos. A masturbação segundo a igreja é um ato mundano, imaturo, e se praticada pelo adulto representa aspectos imorais bem graves. Assim como a masturbação, outros elementos voltados à sexualidade são criticados, a igreja diz que a atual permissividade é devida ao falso conceito de que o ser humano tem direito ao prazer sexual, enquanto que o ser humano tem o direito sim, é de crescer como pessoa e tem o dever de evitar tudo aquilo que o minimiza e atrofia. Com relação aos filhos, o autor ataca os métodos anticoncepcionais, valorizando os métodos naturais, como o método Billings, justificando que o casal cristão não deve impor suas vontades contrariando a vontade de Deus. Nicola finalmente impõe que a finalidade da sexualidade é a comunhão interior dos nubentes e a procriação, e não um ato que sirva apenas para descarregar as próprias tensões, para experimentar prazer e para relaxar. O livro condena o aborto, mostrando que uma pessoa vale mais que todas as coisas, mais que todo o universo físico. O matrimônio, contrário do exposto por Marcelo Bernardi, é a realização da sexualidade humana e seus respectivos fins sem que possa haver de forma alguma a indissolubilidade, é a essência de uma sexualidade feliz, onde as pessoas se dão totalmente, gratuitamente, definitivamente, unicamente entre si, defendendo o amor fiel resistente a qualquer tempestade devido às raízes estáveis, fortes e tenazes. A fidelidade é defendida pelo autor de maneira impiedosa, onde ele diz que Deus pode perdoar, mas a natureza jamais. Quando se vai contra a natureza, ela vinga-se, criando pessoas infelizes e neuróticas. As imposições colocadas contra a igreja são defendidas no penúltimo capítulo do livro, quando são revelados que alguns meios de comunicação social revestem a igreja com uma veste falsa, pois a igreja apenas diz não para as coisas que tragam infelicidade ao homem. Ao fechar a obra, o autor comenta a respeito da maturidade, que esta deve estar ligada à inteligência, à vontade, à afetividade e aos instintos, às faculdades de execução, enfim ao desenvolvimento e harmonia, de modo a desenvolver o centro do ser humano, formando no indivíduo a capacidade de amar.
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