Os olhos do morto
(Tom Farias)
É inabalável o olho do morto. São unidos as lagrimas de fogo. O lago se forma, o gosto salobro é como o gosto da solidão. Não tem tempo, só limite, o deslizar de sofrimento. Quantos não querem correr? Não podem, pois, suas pernas são de madeira podre. As aves noturnas voam, e o canavial pega fogo. A claridade, a carne fede mundo há fora, e o céu ganha cor, uma cor negra, como a cor das chibatadas no tronco. Não tem gritos, e o sangue escorre na chibata voraz. Sobre o teto do meu pensamento viajo, lá no fim abre-se uma porta, que geme como o mundo nas mãos dos lobos humanos. A faca tem dois cortes, um me feriu esta tarde, quando o sol se perdeu, em meios rabiscos, no horizonte azul. É uma covardia me ver como morto se vivo e estou consciente de tudo. Não lamento a minha partida, mas lamento os que me partiram, com idéias foscas e Escreva seu resumo aqui..
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