Sinapse química
(Lara Alves)
A diferença principal entre os processos químicos dos neurónios e os de outras células reside na produção e libertação das substâncias transmissoras sinápticas pelos neurónios. Uma célula nervosa contém numerosas estruturas que são comuns a todas as células vivas: Membrana plasmática, núcleo, reticulo endoplasmático, ribossomas, complexo de Golgi e mitocôndrias. Os complexos de Golgi são o local provável de produção das substâncias transmissoras sinápticas.
Há milhares de sinapses em cada célula nervosa. Cada crista dendritica (ou botão) num neurónio corresponde a um terminal sináptico. Crê-se que as cristas dendriticas são de natureza excitatória. A investigação tem indicado que o número de cristas dendriticas pode estar relacionado com a experiência comportamental. Desenvolvem-se após o nascimento no córtex cerebral, e o grau de desenvolvimento das cristas dendriticas corticais está relacionado com o desenvolvimento da actividade do cérebro.
Descobriu-se também que o meio afecta o crescimento e desenvolvimento cerebrais. Estudos sugerem que o crescimento e a complexidade de desenvolvimento do cérebro são aumentados por um meio enriquecido e/ou retardados por um meio empobrecido.
O processo de transmissão química sináptica é complexo e envolve diversas substâncias químicas e estruturas no interior dos neurónios. Em primeiro lugar, o transmissor sináptico desce pelo axónio até ao botão terminal, onde é armazenado em vesículas. Quando um potencial de acção em ponta se dirige ao botão, o transmissor sináptico é libertado na sinapse. O acontecimento decisivo na libertação do transmissor sináptico é o movimento de fora para dentro de Ca ++ no botão. O potencial de membrana em ponta desencadeia o movimento de Ca ++ e, tal facto, por sua vez, desencadeia a libertação do transmissor químico da sinapse. O transmissor difunde-se na sinapse para os receptores químicos na membrana pós-sinaptica. Estes receptores são activados, a membrana pós-sinaptica desenvolve consequentemente um potencial pós sináptico de natureza excitatória ou inibitória. Se o potencial da membrana for suficientemente despolarizado, desenvolve-se um potencial em ponta na protuberância do axónio que desde o axónio da célula pós-sinaptica.
Há vários transmissores químicos sinápticos que actuam de modos diferentes no sistema nervoso. A acetilcolina (ACh) é um transmissor nas junções musculares. Três aminas biogénicas: a noradrenalina, a dopamina e a serotonina, actuam como substâncias neurotransmissoras. A noradrenalina é um transmissor em algumas sinapses autónomas periféricas e também é libertada pelas glândulas supra-renais. A noradrenalina encontra-se em concentrações elevadas no hipotálamo, cérebro médio e em outras estruturas cerebrais com influência no sistema nervoso autónomo. Julga-se ser um transmissor que desempenha um papel nos aspectos motivadores e emocionais do comportamento. A dopamina poderá actuar nas funções motoras e encontra-se na substancia negra e nos gânglios basais.
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