Resumo de CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO. In: PARA ENTENDER O TEXTO: LEITURA E REDAÇÃO.

Na lição 13 – Denotação e conotação - na obra Para entender o texto: leitura e redação, de Platão & Fiorin, o autor afirma que antes de tratar de denotação e conotação, vai abordar dois conceitos lingüísticos muito úteis para compreender o significado de um texto e alguns aspectos relacionados à significação das palavras que são importantes para a interpretação do texto.
O signo lingüístico é constituído por duas partes distintas, embora não exista separada da outra. Esse signo divide-se numa parte perceptível constituída de sons, que podem ser representados por letras, e numa parte inteligível, constituída de um conceito.
A parte perceptível do signo denomina-se significante ou plano de expressão; a parte inteligível, o conceito, denomina-se significado ou plano de conteúdo.
Numa língua qualquer, é comum ocorrer que um plano de expressão (um significante), ou seja, que um mesmo termo tenha vários significados. Quando um único significante remete a vários significados, ocorre a polissemia.
Como é comum um único significante evocar vários significados e que, nesse caso, ocorre a polissemia. Isso não chega a constituir problema para a clareza e objetividade da comunicação porque a polissemia fica neutralizada pelo contexto – que é uma unidade lingüística maior, na qual se insere outra unidade de âmbito menor.
Uma vez inserida no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico, deixa de admitir vários significados e ganha um significado específico no contexto. É o significado definido pelo contexto que se denomina significado contextual.
Para a compreensão de um texto, a depreensão do significado contextual é um dado importante, sobretudo quando se trata de um texto de caráter literário. No discurso literário, é comum explorar as múltiplas possibilidades de significado de uma palavra. Mas, num texto, tudo deve ser amarrado e coerente. A coerência do texto permite que se capte o sentido que as palavras assumem no contexto.
A relação existente entre o plano da expressão e o plano de conteúdo configura a denotação. Significado denotativo é o conceito que um certo significante evoca no receptor, ou seja, é o conceito ao qual nos remete um certo significante. Os dicionários descrevem os vários conceitos que as palavras denotam.
Um termo ou uma palavra, além do seu significado denotativo pode vir acrescido de outros significados paralelos, pode vir carregado de impressões, valores afetivos, negativos e positivos. Assim, sobre o signo lingüístico, dotado de um plano de expressão e um plano de conteúdo, pode-se construir outro plano de conteúdo constituído de valores sociais, de impressões ou reações psíquicas que um signo desperta. Esses valores sobrepostos ao signo constituem o sentido conotativo e esse acréscimo de um novo conteúdo constitui a conotação.
Em síntese, toda palavra possui um significado denotativo, já que em toda palavra se pressupõem reciprocamente dois planos: o de conteúdo (significado) e o de expressão (significante).
Sobreposto ao significado denotativo implanta-se o significado conotativo, que consiste num novo plano de conteúdo investido no signo como um todo.
Duas palavras podem ter a mesma denotação e conotação completamente diversa, e essa propriedade pode servir para deixar clara a diferença entre essas duas dimensões do signo lingüístico. As palavras docente, professor e instrutor, que denotam praticamente a mesma coisa, carregadas de conteúdos conotativos diversos apresentam conotações distintas.
O sentido conotativo varia de cultura para cultura, de classe social para classe social, de época para época.

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