TEORIA DA RELEVÂNCIA ( Dissertação)
(SILVEIRA; jane Rita caetano da; FELTES; Heloisa Pedroso de Moraes.)
TEORIA DA RELEVANCIA
Segundo Silveira e Feltes (2002, p. 13-14) “A Teoria da Relevância propõe um modelo de processamento de informações que privilegia o caráter basicamente inferencial não-demonstrativo da compreensão, ou seja, trata-se de um processo inferencial que é espontaneamente realizado pelos seres humanos como uma forma de conjectura, ou como mais ou menos eficiente”.
Essa teoria vai fortalecer o estudo da Teoria das Implicaturas de Grice. Por isso é considerada “[...] possivelmente, uma das tentativas mais interessantes de tratamento da significação comunicacional, compatível com o desenvolvimento da lingüística como ciência cognitiva e formal” (Silveira e Feltes, 2002, p.11).
A Teoria da Relevância segue o modelo ostensivo-inferencial de comunicação, explicando como dentre varias interpretações pragmáticas que o ser humano pode decodificar, apenas uma é selecionada no processo de compreensão. Ou seja, esse princípio é a porta para a interpretação do enunciado e, portanto, traz uma nova abordagem da textualidade (Silveira e Feltes, 2002, p.15)
Essa interpretação presume o modelo extensivo-inferencial de Sperber e Wilson que questiona e propõe algo de novo a respeito da teoria das implicaturas de Grice conforme os processos inferenciais de compreensão partindo de insights.
De acordo com Silveira e Feltes (2002, p.21-22) “Através do processo inferencial seria possível explicar, então, como os enunciados podem comunicar o que tradicionalmente se tem chamado de conteúdos explícitos e implícitos das mensagens”.
Tomemos o exemplo:
A: Conseguiu fazer ginástica?
B: Estou cheirando que é uma maravilha.
S1-B: Diz que está cheirando que é uma maravilha.
S2-Quem faz atividades físicas soa.
S3-B: O suor libera toxinas de mau-cheiro.
S4-Se B diz que fede, então, ele fez ginástica.
S5-Quando as pessoas fazem ginástica, elas, soam e liberam toxinas de mau-cheiro, portanto, cheiram a suor.
A partir dessas situações, pode evidenciar-se que B fez ginástica.
Evidencia-se a partir desse contexto que o entendimento de A sobre a resposta de B
é deduzido. Ou seja, A deduz os motivos de B de estar cheirando mal que é uma maravilha.
Então, segundo Silveira e Feltes (2002, p.34) “[...], a verdade das premissas torna verdade das conclusões apenas provável, através de um processo de formação de hipótese, que supõe raciocínio criativo, analógico e associativo e de confirmação de hipóteses que se ajusta ao conhecimento de mundo do indivíduo e às evidências disponíveis a ele.
Portanto, a comunicação só ocorrerá se a intenção informativa elevar-se a intenção comunicativa. Isso só será possível através da mafifestabilidade mútua (Silveira e Feltes, 2002, p.39).
Assim, entendemos que: “quanto mais efeitos contextuais e menos esforço do processamento, maior a Relevância; quanto menos efeitos contextuais e mais esforço de processamento, menor a relevância, entretanto, um maior esforço de processamento, compensado por mais efeitos contextuais, aumenta a relevância”.
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